Seis das 11 espécies de abutres em África correm agora um maior risco de extinção, de acordo com a última revisão das aves na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Espécies como o abutre-de-capuz (Necrosyrtes monachus), o grifo-africano (Gyps africanus) e o abutre-de-cabeça-branca (Trigonoceps occipitalis) passaram a estar Criticamente em Perigo.
O recurso a venenos sem qualquer controlo, como armadilhas com iscos envenenados que atraem estas aves, e a utilização de partes dos abutres para práticas de medicina tradicional são duas das principais ameaças apontadas a estas espécies.
Outro problema são os caçadores furtivos e os traficantes de marfim, que matam deliberadamente os abutres para que estes não chamem a atenção das autoridades para as carcaças de elefantes e de rinocerontes.
A BirdLife International, organização parceira da UICN que reviu o estatuto de conservação das espécies de aves para 2015, avisa que o papel dos abutres no continente africano é muito importante para a saúde das populações.
“Além de roubar os céus africanos de um dos mais icónicos e espectaculares grupos de aves, o rápido declínio dos abutres do continente tem consequências profundas para os povos: os abutres ajudar a parar a disseminação de doenças, ao limparem as carcaças de animais em decomposição”, sublinhou Julius Arinaitwe, director do programa da BirdLife International África.
A nível mundial, o risco de extinção aumentou para mais 40 espécies de aves na Lista Vermelha da UICN, anunciou a organização.
Em contrapartida, outras 23 espécies de aves em todo o mundo melhoraram o seu estatuto de conservação.