Investigadores da Áustria e da Suécia fizeram uma experiência com corvos (Corvus corax) e descobriram que os animais desta espécie podem recordar-se de quem os ludibriou durante várias semanas, pelo menos até um mês depois do acontecimento.
O estudo tentou perceber até que ponto os corvos são capazes de entender diferentes comportamentos negativos praticados por pessoas distintas e se conseguem reagir, e por quanto tempo, explica uma notícia na Phys.org.
Primeiro, os cientistas ensinaram sete corvos a trocar petiscos por petiscos de que gostavam ainda mais. A cada um era oferecido um pedaço de pão, que estas aves gostam de comer. Mas depois, cada corvo tinha oportunidade de trocar o seu pão por um pouco de queijo, muito apreciado pela espécie.
Quando as aves já tinham adquirido essa rotina, e ofereciam o seu bocado de pão para obterem queijo, por vezes eram defraudadas. O humano a quem entregavam o pão ficava com esse alimento e comia o pedaço de queijo, tudo à frente do corvo.
Além dos sete corvos que participaram na experiência, outros dois foram colocados no mesmo espaço apenas para observarem o que se passava. E entre os humanos, apenas alguns enganavam as aves.
Passados apenas dois dias depois dos primeiros testes, os corvos preferiam trocar comida com quem não os tinha ludibriado, perceberam os cientistas. E um mês depois, apenas um dos sete corvos estava disposto a ‘negociar’ com alguém que o tinha enganado.
Já os dois animais que tinham ficado apenas a observar não mostraram qualquer preferência, mas quando foram testados aprenderam mais rapidamente qual era a estratégia de trocas.
Os resultados da investigação foram publicados na revista Animal Behaviour.
Segundo os cientistas, ao conseguirem distinguir e recordar quem os enganou, os corvos utilizam essas capacidades para se relacionarem com outras aves da mesma espécie, na natureza.
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