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Tartaruga marinha encontrada há dois meses presa em redes de pesca vai ser devolvida ao oceano no Algarve

18.05.2022
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Tartaruga-comum. Foto: FunFood/Wiki Commons

A tartaruga Tortuga, uma tartaruga-comum (Caretta caretta), esteve dois meses em recuperação no Porto d’Abrigo do Zoomarine, em Albufeira. A 19 de Maio vai regressar a casa, ao oceano, ao largo de Faro.

Esta tartaruga marinha chegou ao centro de reabilitação de espécies marinhas do Zoomarine, parque aquático temático, a 2 de Março deste ano. Tinha apenas 3,7 quilos e 28,1 centímetros de comprimento.

“Horas antes da sua chegada, a Tortuga havia sido recolhida ao largo de Albufeira, após ter sido encontrada presa (e parcialmente submersa) em redes de pesca”, segundo um comunicado do Zoomarine. “O armador, sabendo os riscos por ferimentos e por pneumonia por aspiração, procedeu ao seu resgate e transportou-a de imediato para terra, para observação e reabilitação pelos técnicos especializados do Zoomarine.”

Aquando do seu internamento, a Tortuga, além de pequena, “revelou estar fortemente parasitada, anémica, e com consideráveis alterações electrolíticas”.

Depois de uma reabilitação rápida, “este juvenil de sexo ainda indeterminado, está pronto para regressar ao meio selvagem, para mais uma oportunidade de vida independente”.

A sua devolução acontece a 19 de Maio, ao largo de Faro, a bordo do NRP Hidra, no âmbito das celebrações do Dia da Marinha e do Dia Europeu do Mar (20 de Maio), que este ano se irão centrar na cidade de Faro, até 22 de Maio. Esta acção contará com a presença a bordo do Almirante Gouveia e Melo, Chefe de Estado-Maior da Armada.

Tartaruga-comum. Foto: Funfood/Wiki Commons (arquivo)

A tartaruga-comum é uma espécie migradora (não reprodutora) visitante nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. É nas águas oceânicas em redor destas ilhas que estas tartarugas passam grande parte da fase inicial do seu ciclo de vida, entre seis a 12 anos, com uma missão: procurar alimento nas frentes oceânicas. São animais que nasceram nas costas ocidentais do Atlântico Norte (Estados Unidos e México).

Estes animais, essencialmente juvenis, fazem parte de uma população mais ampla que abrange grande parte do Atlântico Norte Central e Ocidental.

Enquanto as tartarugas juvenis ocorrem exclusivamente em alto mar, os adultos têm hábitos costeiros.

Mas as águas portuguesas não são isentas de perigos para estas tartarugas juvenis. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005), “o principal factor de ameaça à espécie é a captura acidental por artes de pesca”. Mas não só. Os plásticos, o crude e os apetrechos de pesca abandonados (como linhas e redes) são outra ameaça, nomeadamente através de enredamento e ingestão. Assim como a interacção com embarcações.

Actualmente, a tartaruga-comum é uma espécie classificada Em Perigo de extinção pelo Livro Vermelho.


Agora é a sua vez.

Saiba o que fazer no caso de um arrojamento de um animal selvagem.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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