Reivindicar acções concretas para proteger o Ambiente e os oceanos é a intenção da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea), ao juntar-se à Greve Climática Estudantil e Marcha pelo Clima de 24 de Maio.
A marcha – que começa no Marquês de Pombal, em Lisboa, às 10h30 – quer chamar a atenção de que “o tempo urge” e que “são precisas decisões eficazes a pensar não só no clima, mas também na perda da biodiversidade, e nas suas consequências para o planeta e para a saúde das pessoas”, explica a Spea, em comunicado divulgado hoje.
A organização justifica a sua participação na marcha por considerar que “estamos num período crítico em que é crucial tomar decisões concretas e eficazes”.
“Se protegemos espécies como o priolo, os abutres e as aves marinhas e a sua função nos ecossistemas; se restauramos habitats naturais como a laurissilva, as turfeiras ou outros habitats insulares; se lutamos por sítios, como a Lagoa dos Salgados ou as Alagoas Brancas; e se combatemos a agricultura intensiva e a prospecção de petróleo, então temos obrigação de aderir e incentivar os movimentos de cidadãos pelo clima”, disse Domingos Leitão, diretor executivo da Spea.
A organização defende a urgência em “implementar políticas que travem a destruição do planeta e encarem a natureza como um valor a preservar”.
“Fazemos parte da biodiversidade do nosso planeta e dependemos dela para subsistir. Por outro lado, somos a principal causa da aceleração das alterações climáticas e da degradação dos ecossistemas; chegou a hora haver vontade política para travar esta catástrofe.”
Recentemente, um relatório do IPBES (Painel Intergovernamental para a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas) revelou que cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção. O documento alertou também para o facto de 23% da terra arável ter sido degradada pela agricultura intensiva e de 33% dos stocks pesqueiros estarem sobre-explorados.
“Estes dados são preocupantes e exigem medidas a nível nacional, europeu e global”, entende a Spea.
“As políticas governamentais pelo clima e pela conservação da natureza estão interligadas e só serão eficientes e efetivas se os políticos virem a força na exigência dos cidadãos”, comentou Domingos Leitão.
“É crucial que todos os setores da sociedade exijam aos seus Governos e à União Europeia que atuem para combater as alterações climáticas. É por isso que apelamos aos cidadãos de todo o país que se juntem à Marcha pelo Clima, e que no domingo vão votar e o façam tendo em conta o futuro do planeta”, acrescentou.
A Marcha pelo Clima vai acontecer, à mesma hora, em 34 cidades portuguesas, como Lisboa, Porto, Aveiro, Barcelos, Guimarães, Portalegre, Évora e Faro.