A “Sobreira Grande”, de Vale do Pereiro, Arraiolos, foi escolhida pelos portugueses para representar Portugal no concurso europeu da Árvore do Ano, foi hoje revelado.
Com 250 anos, a “Sobreira Grande” representa a típica paisagem alentejana e ganhou o Concurso da Árvore Portuguesa do ano 2022 com 3.317 votos, revelam os organizadores desta iniciativa em Portugal, a União da Floresta Mediterrânica (UNAC).
O segundo e terceiro lugares foram ocupados, respetivamente, pela Melaleuca armilaris da Quinta das Pratas (no Cartaxo) com 1.898 votos e pela “Oliveira Real” (em Faro) com 1.700 votos.
O público decidiu entre 10 árvores candidatas, num total de votos registados de 15.588.
A “Sobreira Grande”, sobreiro (Quercus suber) de grande dimensão e com uma idade estimada em 250 anos, “é um ilustre representante da resiliência e resistência dos montados e dos produtores florestais ao tempo e às adversidades”, escreve a UNAC, em comunicado.
“Incluindo-se aqui as alterações climáticas, a ausência continuada de políticas públicas que defendam convenientemente este setor e as suas características peculiares de gestão e rendimento, cujos resultados ocorrem sempre a muito longo prazo e a luta de uma matéria-prima natural de excelência num mercado que poucas vezes concretiza em valor a vontade que os consumidores têm em defender o ambiente, a natureza e a biodiversidade.”
Os montados de sobro em conjunto com os montados de azinho, representam um terço da floresta nacional e são o manto protetor de territórios altamente suscetíveis à desertificação e ao despovoamento. “Garantir a dimensão económica e social dos montados é determinante na luta contra a perda de vitalidade, a conversão para outros usos ou o aumento da incidência dos incêndios.”
A “Sobreira Grande” irá representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year, organizada pela organização ambiental Environmental Partnership Association, cujas votações decorrem on-line durante o mês de Fevereiro de 2022.
“O objetivo do concurso é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e proteção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, explica em comunicado a UNAC, organização portuguesa que representa produtores florestais ligados ao espaço mediterrânico.
Portugal participou pela primeira vez em 2018, quando ganhou o primeiro lugar do concurso europeu com o “Sobreiro Assobiador”. Na última edição, o “Plátano do Rossio” arrecadou o quarto lugar entre todas as concorrentes europeias, numa corrida em que a “Azinheira Milenar de Lecina”, representante de Espanha, foi a grande vencedora.
Nesta edição da Árvore Portuguesa do Ano 2022, os resultados finais da votação foram:
- A Sobreira Grande (Arraiolos)
- Melaleuca Armilaris da Quinta das Pratas (Cartaxo)
- Oliveira Real (Faro)
- Magnólia do Jardim da Casa da Criança D. Leonor (Leiria)
- Oliveira de Mouchão (Abrantes)
- Oliveira Milenar (Faro)
- Plátano Gigante da Quinta de Fôja (Coimbra)
- O Guardião d’ El Rei (Leiria)
- O Esconderijo (Coimbra)
- O Metrosídero do Campo de São Francisco (Ponta Delgada)