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Foto: Pixabay

Ruído marinho causa stress e confusão nos peixes

11.08.2017

Investigadores da Universidade britânica de Newcastle descobriram que os robalos (Dicentrarchus labrax) registam níveis de stress elevados quando expostos aos ruídos emitidos durante a construção de estruturas offshore, nomeadamente de perfuração.

 

Os peixes mostram ainda sinais de ficarem confusos quando encontram um potencial predador. Quando os cientistas expuseram os peixes a sons que tinham gravado previamente e simularam a aproximação de um predador, os robalos não conseguiram afastar-se, mostrando comportamentos erráticos.

Uma vez expostos ao ruído de perfurações, os robalos evitaram essas áreas, passando mais tempo naquilo que a equipa de investigadores chamou de “zona segura”.

“Nas últimas décadas, o mar tornou-se um lugar muito barulhento”, disse a investigadora principal, Ilaria Spiga, em comunicado. “Os efeitos que vimos são alterações subtis que podem ter o potencial de perturbar a capacidade dos robalos continuarem adaptados ao seu ambiente.”

“Os robalos, assim como outros peixes ósseos, dependem de um mecanismo que lhes é característico de estímulo e resposta para escapar aos predadores. A exposição ao ruído subaquático pode tornar mais difícil a estes animais detectar e reagir aos predadores. Além disso também pode prejudicar a capacidade que têm para detectar alimento”, acrescentou.

Spiga salientou ainda que “o ruído marinho feito pelo homem pode ter um efeito adverso na reprodução. Se os peixes evitam áreas com estes ruídos isso pode impedi-los de entrar nas zonas de desova, afectando a comunicação entre indivíduos”.

[divider type=”thick”]Pode ler aqui o artigo científico, publicado ontem.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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