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um pisco de peito ruivo no ramo de uma árvore
Pisco-de-peito-ruivo. Foto: Wolfgang Vogt/Pixabay

Primeiro BigDay da Spea regista um total de 167 espécies de aves

26.11.2018

Alvéola-branca, melro e pardal-de-telhado foram as três espécies com mais registos no primeiro BigDay da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea), no sábado, para celebrar o 25º aniversário da organização, foi hoje revelado.

 

Apesar da chuva que não deu tréguas no sábado, dia 24 de Novembro, mais de 50 observadores de aves responderam ao desafio lançado pela Spea: ver o maior número possível de espécies diferentes num só dia.

Ao todo foram observadas um total de 167 espécies, registadas no portal PortugalAves/eBird entre as 00h00 de 24 de Novembro e as 09h00 de 25 de Novembro. As mais registadas foram a alvéola-branca, o melro, o pardal-de-telhado e o pisco-de-peito-ruivo.

Entre as 167 espécies foram registadas duas raridades: andorinhão-pequeno, observado em Faro, e tartaranhão-pálido, na Lezíria do Tejo.

“O tempo não deixava esquecer que o Inverno está aí à porta. Mas caso houvesse dúvidas, as aves invernantes avistadas por todo o país dissipá-las-iam”, escreve a Spea, em comunicado.

Neste BigDay aconteceu um dos primeiros registos do ano de merganso-de-poupa na região de Aveiro.

Na zona de Sagres foram observadas duas espécies invernantes de tordo (tordo-zornal e melro-de-colar).

“Ainda em Sagres, um registo de petinha-de-richard indica que esta espécie pouco abundante no nosso país se mantém na região, onde já tinha sido avistada durante o Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, em Setembro.”

Na Lagoa Pequena, em Sesimbra, voltou a ser observada uma pêrra. “Nos últimos anos, esta espécie ameaçada em Portugal tem sido observada na Lagoa Pequena todos os Invernos, levantando a hipótese de que seja um mesmo indivíduo que volta à Lagoa ano após ano.”

Os registos feitos na Lezíria do Tejo, perto de Vila Franca de Xira, servem de lembrete de que a estação ainda está a mudar. “Nesta zona, no mesmo dia foi observada a invernante coruja-do-nabal e a garça-vermelha, que visita o nosso país no Verão.”

 

Coruja-do-nabal. Foto: Steve Garvie/Wiki Commons

 

Também ainda por cá estava um britango, observado na zona de Lagos, provavelmente já atrasado na sua migração para África.

Nos registos de observações nos Açores, além do tempo nota-se a influência da geografia, com uma série de aves americanas, como o galeirão-americano, a gaivota-de-bico-riscado e o maçarico-de-bico-comprido.

Em termos de distribuição geográfica dos observadores, o Algarve esteve em alta: Faro foi o distrito com mais registos no PortugalAves/eBird, seguido de perto por Lisboa, com Aveiro, Braga e Setúbal a disputar uma terceira posição.

Os resultados foram apresentados ontem em Monsanto, Lisboa, por Domingos Leitão, director executivo da Spea, durante a celebração do 25º aniversário da organização.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Conheça as espécies de aves que não pode deixar de procurar nesta época do ano, sugeridas à Wilder por Domingos Leitão. Na lista estão espécies emblemáticas como os grous, os tartaranhões-cinzentos, as corujas-do-nabal, os gansos e as tarambolas-douradas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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