A compra de ‘kits’ “Uma Árvore pela Floresta”, uma campanha organizada pela Quercus e pelos CTT, disparou em 2017 para números nunca vistos. Os portugueses doaram mais de 60.000 árvores para a campanha de reflorestação em várias regiões do país, disse à Wilder a coordenadora do projecto, Paula Nunes da Silva.
Os números finais desta quarta campanha do projecto “Uma Árvore pela Floresta” ainda não estão totalmente fechados, mas a diferença é avassaladora em relação às edições anteriores. Entre 2014 e 2016, tinham sido doadas cerca de 11.000 árvores no total, que foram plantadas em várias regiões do país.
O resultado deste ano vai permitir que as plantações de árvores autóctones se estendam a outras áreas além das que estavam previstas, incluindo as que foram afectadas nos incêndios de Outubro.
“Na sequência da enorme adesão dos portugueses à campanha “Uma Árvore pela Floresta”, tornou-se possível intervir em mais áreas para além das que já estavam previstas”, indicou a Quercus, em comunicado.
Assim, além das zonas que já estavam planeadas – áreas protegidas da Peneda-Gerês, Tejo Internacional, Alvão, Montemuro e Serra da Estrela – vão-se realizar acções de reflorestação em áreas ardidas do país. Além de Castanheira de Pera, decidida desde Agosto – pouco depois dos fogos de Julho – também Arganil ou Oliveira do Hospital.
A nova plantação deve começar em meados de Fevereiro, estendendo-se até à Primavera. Em causa estão árvores de 28 espécies, entre as quais carvalhos-alvarinhos, sobreiros, amieiros, medonheiros e castanheiros.
“O ‘boom’ de pedidos aconteceu depois dos incêndios de 15 de Outubro”, adiantou Paula Nunes da Silva, da Quercus. Este grande aumento obrigou os responsáveis na altura a disponibilizarem mais 20.000 ‘kits’ de árvores, face aos 6.000 inicialmente previstos, e a adiarem o encerramento da campanha para o final do ano.
Desde então, foram respondendo sempre à subida constante de solicitações. E por enquanto, continuam a chegar encomendas de mais ‘kits’, mesmo depois do fecho oficial da campanha.
Os ‘kits’ que foram adquiridos incluem uma ‘árvore’ em papel reciclado, que reproduz uma espécie que vai mudando anualmente – este ano é uma azinheira – e também um código. Este ajuda a identificar a espécie que a Quercus vai plantar e o local da plantação, bem como acompanhar a evolução desse bosque nos cinco anos seguintes.
Os CTT disponibilizam gratuitamente a sua rede de lojas, bem como os sistemas de informação necessários para a oferta online e para o acompanhamento das árvores plantadas pelos seus padrinhos, e a Quercus coordena e operacionaliza a selecção das áreas, a escolha das espécies e a plantação.
A campanha “Uma Árvore pela Floresta” insere-se no âmbito de um projecto mais vasto, o projecto Criar Bosques, o qual, de 2008 a 2015, já plantou cerca de 370.000 árvores e arbustos com o apoio de empresas e de cidadãos. Este projecto da Quercus visa “criar e cuidar de bosques de espécies autóctones, árvores e arbustos originais da flora portuguesa”.
Em 2016, os portugueses tinham adquirido 5.300 árvores em 320 balcões dos CTT. Foram plantadas no Funchal, em Fevereiro, e na Serra do Alvão, em Março.