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Por esta estação de anilhagem de Trás-os-Montes já passaram quase 900 aves de 56 espécies

10.03.2022

Pintassilgos, andorinhas, poupas e tentilhões fazem parte da lista de 898 aves selvagens anilhadas desde 2020 na Estação de Anilhagem de Esforço Constante na aldeia de Vila Chã da Ribeira (Vimioso), revelou hoje a organização Palombar.

O trabalho de anilhagem nesta Estação de Anilhagem de Esforço Constante (EAEC), gerida pela organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, tem por objectivo “contribuir para o estudo científico da avifauna presente na região”, explica a organização.

Mesa de anilhagem. Foto: Luís Ribeiro/Palombar

Nesse sentido, em 38 sessões de anilhagem científica – durante campanhas que decorreram nos anos de 2020, 2021 e 2022 – foram anilhadas 898 aves de 56 espécies de avifauna.

Entre as espécies anilhadas estão o chapim-rabilongo (Aegithalos caudatus), o guarda-rios (Alcedo atthis), o pintassilgo (Carduelis carduelis), o papa-amoras (Curruca communis), o pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula) ou o papa-figos (Oriolus oriolus).

As cinco espécies mais registadas foram o pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula) – com 96 aves; a toutinegra-de-barrete (Sylvia atricapilla) – com 76 aves; o pardal-comum (Passer domesticus) – com 66 aves; o melro-preto (Turdus merula) – com 61 aves e o chapim-real (Parus major) – com 50 aves, segundo informações prestadas pela Palombar à Wilder.

A Estação de Anilhagem de Vila Chã da Ribeira tem duas linhas de anilhagem, uma ao longo de uma galeria ripícola de freixos, salgueiros, tábua e sebes de silvas e outra localizada sobre uma linha de água.

Pintassilgo. Foto: Tony Hisgett/Wiki Commons

Esta estrutura está inserida na Zona de Proteção Especial (ZPE) e na Zona Especial de Conservação (ZEC) Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, numa área “com grande diversidade de avifauna e com habitats essenciais à sua conservação”. 

As 18 EAEC espalhadas pelo país realizam, todos os anos, no período de 25 de Março a 22 de Julho, um máximo de 12 sessões de captura e anilhagem de aves durante a época de nidificação. Nos últimos 15 anos já foram anilhadas mais de 20.800 aves pelo Projecto Estações de Esforço Constante.

Tudo para obter dados para fazer estimativas fiáveis da densidade de adultos e juvenis de espécies de avifauna presentes numa determinada região em cada época de nidificação, de forma a avaliar as suas tendências populacionais.

Escrevedeira-de-garganta-preta. Foto: Luís Ribeiro/Palombar

O grande objectivo é contribuir para a monitorização da biodiversidade em Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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