Os estuários do Sado e do Tejo são valiosos refúgios para o maravilhoso pisco-de-peito-azul. Celebramos o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a 2 de Fevereiro, com esta fotogaleria de Jacinto Policarpo, o Fotógrafo de Natureza do Ano.
O pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) tem o poder de alegrar o dia a quem o consegue observar. Com os seus tons azuis e laranjas é um verdadeiro ponto de cor num estuário de cores mais neutras.
É uma pequena ave, medindo cerca de 14 centímetros. Reproduz-se nas matas de salgueiros e vidoeiros do Norte da Europa ou nos terrenos pantanosos e na margem de rios no resto da Europa.
Portugal representa para o pisco-de-peito-azul um refúgio do frio do Inverno, onde o alimento é abundante. Com muitas iguarias, desde pequenos insectos e larvas a pequenos invertebrados que vivem no lodo.
Esta é uma das inúmeras espécies que dependem das zonas húmidas de Portugal, como sapais, caniçais e estuários.
Jacinto Policarpo, 37 anos e o Fotógrafo de Natureza do Ano, está a retratar a relação entre o pisco-de-peito-azul e a sua casa de Inverno, nos estuários do Sado e do Tejo.
“A missão Luscinia svecica faz parte do projecto Realces“, explicou o fotógrafo à Wilder. É uma das 10 missões que este grupo de seis fotógrafos de natureza portugueses têm no terreno, com o objectivo de “retratar a verdadeira beleza natural das terras lusas”.
Neste caso, Jacinto Policarpo está há cerca de ano e meio a retratar aqueles dois estuários “com o foco de atenção numa espécie: o pisco-de-peito-azul”. “Queremos dar a conhecer esta espécie, relativamente difícil de observar.”
Porquê esta ave? “As aves dos estuários, à excepção talvez dos flamingos, tendem a ser pouco coloridas. E depois temos o pisco-de-peito-azul, com os seus tons metálicos de azul e laranja. É um ponto de cor numa paisagem de cores mais neutras.”
O pisco-de-peito-azul não é fácil de ver a olho nu e ao longe. “Ao longe é um pardal, uma ave castanha”, brinca Jacinto Policarpo. “Mas o seu comportamento é fácil de identificar: o som, a atitude quando voa, o oscilar da cauda. É uma ave que gosta muito de correr no lodo, de “andar”, enquanto a maioria dá saltinhos”.
Acima de tudo, acrescenta, “tento fotografar a ave inserida no seu ambiente, no estuário. Prefiro uma vertente mais artística, para dar uma perspectiva diferente, como as silhuetas, não revelando tudo”.
A missão Luscinia svecica está condicionada pelo facto de o pisco-de-peito-azul não estar em Portugal durante todo o ano, apenas no Inverno. “Mas há sempre algo para fotografar e retratar no estuário, mesmo no Verão.”
Por enquanto, a missão não tem data de fim definida. “Em teoria, as missões do projecto Realces têm entre dois a três anos. Quanto ao pisco-de-peito-azul, ainda não sabemos. A melhor imagem é aquela que ainda não se fez.”
[divider type=”thick”]Sabia que…?
Os machos adultos de pisco-de-peito-azul são os mais fáceis de identificar. Segundo o portal Aves de Portugal, os machos adultos têm no peito uma mancha azul com o centro branco; já os
machos jovens e as fêmeas quase não têm nenhum azul.
[divider type=”thick”]Saiba mais.
Acompanhe os trabalhos de Jacinto Policarpo e dos restantes fotógrafos no site do Realces ou na sua página no Facebook.
[divider type=”thick”]Precisamos de pedir-lhe um pequeno favor…
Se gosta daquilo que fazemos, agora já pode ajudar a Wilder. Adquira a ilustração “Menina observadora de aves” e contribua para o jornalismo de natureza. Saiba como aqui.