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Chapim-azul. Foto: Ann/Pixabay

Pardal, estorninho e chapim-azul são as aves mais comuns do Reino Unido

28.03.2018

Mais de 420 mil pessoas conseguiram contar, num só fim-de-semana, mais de 6,7 milhões de aves nos jardins do Reino Unido. Conheça os resultados do 39º Bird Garden Birdwatch, organizado pela RSPB e divulgados hoje.

 

Todos os anos, milhares de cidadãos dedicam uma hora de um fim-de-semana de Janeiro para contar as aves nos seus jardins e cidades. Este esforço ajuda a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) a saber se as aves mais comuns estão bem ou se estão a desaparecer silenciosamente.

O censo de 2018 aconteceu no último fim-de-semana de Janeiro e contou com um total de 420.489 participantes. Juntos, estes cidadãos naturalistas registaram 6.764.475 aves.

Esta é a lista das 10 espécies que mais foram observadas e que também ocorrem em Portugal:

1. Pardal (Passer domesticus)

2. Estorninho-comum ou estorninho-malhado (Sturnus vulgaris)

3. Chapim-azul (Cyanistes caeruleus ou Parus caeruleus)

4. Melro (Turdus merula)

5. Pombo-torcaz (Columba palumbus)

6. Pintassilgo (Carduelis carduelis)

7. Chapim-real (Parus major)

8. Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula)

9. Chapim-rabilongo (Aegithalos caudatus)

10. Tentilhão (Fringilla coelebs)

 

A RSPB destaca o aumento no número de pintassilgos e de outras aves pequenas – como o chapim-rabilongo e o chapim-carvoeiro – que terão beneficiado de um Janeiro mais ameno no Reino Unido. O número de observações de pintassilgos subiu 11% em relação aos números de 2017 e esta ave foi vista em mais de dois terços dos jardins onde decorreu o censo. O chapim-rabilongo registou um aumento de 16%, o chapim-carvoeiro subiu 15% e o chapim-azul 5%.

Boas notícias também para o verdilhão. Depois de um declínio de 58% nas observações desde o primeiro censo, em 1979, esta ave registou este ano um aumento de 5%.

“O aumento destas espécies nos nossos jardins deve estar ligado às condições favoráveis durante a sua época de reprodução de 2017”, explica a RSPB em comunicado. “Isto tudo combinado com o Outono e Inverno amenos.”

Mas o que impressionou mesmo a organização foi o número de pessoas que participaram nas contagens. “As nossas aves dos jardins fazem parte da nossa vida, desde o pisco-de-peito-ruivo empoleirado numa vedação ao bando de estorninhos que vemos a caminho do trabalho. Ter milhares de pessoas a dedicar uma hora à procura da vida selvagem é algo fantástico de se ver e que nos ajuda a construir uma imagem do estado em que estão as aves”, comentou Daniel Hayhow, investigador e conservacionista da RSPB.

Na sua opinião, o último Verão foi bom para muitas aves nidificantes, com boas condições para cuidarem das suas crias, e depois o Outono e Inverno foram amenos. Isto quer dizer que as aves viram facilitada a tarefa de procurar alimento, como insectos.

Ainda assim, o censo mostrou uma redução no número de observações de melros (menos 18%), piscos-de-peito-ruivo (menos 12%) e de carriça (menos 11%). “Ao contrário dos chapins e verdilhões, os piscos e as carriças não tiveram uma boa época de reprodução em 2017 e os dados de outros censos indicam que os seus números podem ser mais baixos este ano, de uma forma geral”, acrescentou Hayhow.

 

 

Esta iniciativa de ciência cidadã contou ainda com a participação das escolas, no Big Schools Birdwatch. Participaram cerca de 60.000 crianças que passaram uma hora a contar aves. A espécie mais registada foi o melro, com uma ave destas a ser observada em 88% das escolas.

 

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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