Os plásticos são apenas um dos vários problemas dos oceanos do planeta. Hoje, Dia Mundial dos Oceanos, a organização portuguesa Quercus lembra os maiores desafios.
A poluição dos oceanos por plásticos tem motivado um “movimento global e crescente”, existindo diversas iniciativas para redução e até mesmo eliminação da utilização de plástico, nomeadamente os de utilização única, alerta a Quercus em comunicado. “O problema do plástico nos oceanos agrava-se ainda mais devido à degradação destes, originando micropartículas designadas por microplásticos, que são de remoção extremamente difícil e que acabarão por contaminar todos os ambientes marinhos”.
Mas este não é o único desafio dos oceanos.
A forma como pescamos está a pôr em causa a sobrevivência de muitas espécies. Em muitos casos, a sobrepesca está a impedir as populações de peixes de se regenerarem, “conduzindo, muitas vezes, à extinção de populações inteiras de organismos marinhos”.
Além do esgotamento dos recursos pesqueiros, os oceanos podem enfrentar a ameaça da aquacultura. “Apesar dos benefícios que apresenta no pressuposto fornecimento de proteína marinha sem exploração das comunidades de organismos selvagens, (a aquacultura) tem também impactos ambientais significativos, como a poluição e destruição dos habitats estuarinos e costeiros”, acrescenta.
No seu entender, “para que a aquacultura seja uma alternativa à pesca são necessárias regulamentação e fiscalização efetiva desta atividade, e, principalmente, a devida formação e sensibilização dos profissionais destas áreas para as questões ambientais”.
A lista de ameaças inclui ainda o aquecimento global e as alterações climáticas que, segundo a Quercus, têm “cada vez mais impacto nos nossos oceanos”. As alterações do clima estão já a provocar a “morte massiva de grandes extensões de recifes de corais, que são maternidades e zonas de grande parte da biodiversidade marinha mundial”.
Portugal é o país da Europa com maior superfície costeira marinha e prepara o aumento da plataforma continental marítima. “Neste contexto, o futuro dos Oceanos terá ainda um maior impacto no nosso país, quer em termos ambientais, sociais, como económicos.”
Segundo a Quercus, a protecção dos oceanos precisa de “legislações mais rigorosas, fiscalização eficiente, investigação e pesquisa científica e tecnológica, educação e sensibilização da população”.
“A proteção dos oceanos não depende apenas do esforço de cada país, mas sim de todos os países em conjunto e do esforço de cada um de nós.”