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Instalação da primeira caixa_Alojamento Local para Aves

Novo projecto instala 2.000 caixas-ninho para aves no Algarve

04.12.2020

A primeira das caixas-ninho, para poupas ou estorninhos-pretos, foi instalada a 26 de Novembro na Ria Formosa pelo projecto Alojamento Local para Aves.

Durante os próximos meses, a Associação Vita Nativa – Conservação do Ambiente vai instalar 2.000 caixas-ninho nos jardins e parques públicos do Algarve. Isto acontece no âmbito do projecto Orçamento Participativo Alojamento Local para Aves.

A instalação aconteceu num dos pinheiros junto à sede do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas), na Quinta de Marim, em pleno Parque Natural da Ria Formosa.

“Agora, espera-se que venha ser ocupada já na próxima primavera por um casal de poupas ou de estorninhos”, escreve a Associação Vita Nativa em comunicado enviado à Wilder.

A instalação da caixa-ninho foi feita pela Vita Nativa e pela Direcção Regional da Conservação da Natureza e das Florestas do Algarve (ICNF). Também esteve presente o corpo de Vigilantes da Natureza do Parque Natural da Ria Formosa.

Instalação da primeira caixa-ninho, pelo projecto Alojamento Local para Aves

O projecto Alojamento Local para Aves demorou quatro meses a preparar. Foram feitas reuniões e visitas de campo, foram definidos cinco modelos de caixas-ninho e construídas as caixas-ninho.

Além deste modelo de caixa-ninho – para poupas e estorninhos-pretos, espécies bastante familiares para os cidadãos e facilmente observadas nos jardins das cidades e vilas do Algarve – estão feitos mais quatro.

Cada modelo de caixa-ninho foi feito a pensar nas especificidades das espécies-alvo, tendo também em atenção o local/habitat a instalar.

Um dos objectivos deste projecto é “proporcionar locais de nidificação para várias espécies cavernícolas que vivem em contexto urbano e periurbano. Desde pequenas espécies de passeriformes, como os chapins, às poupas e estorninhos, até a aves de rapinas de pequenas e médias dimensões, como os mochos- galegos, corujas-das-torres e peneireiros-vulgares”, explica a associação. 

Além disso, o projecto quer utilizar estas aves como espécies-bandeira para o tema do controlo natural de espécies-praga. “Aqui quer-se levantar a seguinte questão: porque não deixamos a natureza trabalhar por si só? Sabemos que será impossível erradicar o uso de pesticidas, mas estamos certos de que se poderá caminhar no sentido de diminuir a quantidade usada e, dessa maneira, tornar os ecossistemas mais saudáveis e sustentáveis. Em último caso, estamos a falar da saúde humana.”

Os organizadores da iniciativa esperam conseguir sensibilizar e despertar o interesse pelas aves por quem vive nos grandes núcleos urbanos. “Iremos esforçar-nos para que durante o projeto, e mais importante depois de terminar, os cidadãos e as entidades tenham uma enorme vontade de monitorizar as caixas-ninho. E que desejem ansiosamente pela próxima primavera para ver se o casal volta a ocupar a caixa-ninho e reproduzir-se com sucesso.”

 


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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