Uma equipa de investigadores da Universidade de Curtin, na Austrália, anunciou a morte daquela que se pensa ser a aranha mais velha do mundo, da espécie Giaus villosus.
A morte desta aranha fêmea, aos 43 anos, foi causada pela picada de uma vespa parasita e anunciada num estudo publicado pelo Pacific Conservation Biology Journal, no dia 19 de Abril.
A espécie Giaus villosus é nativa da Austrália e pertence a um grupo de aranhas conhecidas como aranhas-de-alçapão (em inglês, ‘trapdoor spiders’), uma vez que constroem longos abrigos debaixo do solo, onde fazem também os seus ninhos. Uma característica comum é que nunca se afastam do seu território.
“Daquilo que temos conhecimento, esta é a aranha mais velha de que há registos até à data e a sua vida foi importante para nos ajudar a investigar o comportamento da aranha-de-alçapão e as suas dinâmicas populacionais”, afirmou Leanda Mason, a autora principal do artigo científico, citada numa nota da Universidade de Curtin.
Conhecido por Número 16, o animal foi seguido no âmbito de um estudo populacional de longo prazo, iniciado em 1974 pela cientista Barbara York Main – que hoje tem 88 anos de idade – na Reserva de North Bungulla, no Sudoeste da Austrália.
“Através da pesquisa detalhada de Barbara, conseguimos determinar que o extenso prazo de vida da aranha-de-alçapão deve-se aos seus padrões de vida, incluindo a forma como vivem em território nativo e não alterado, a sua natureza sedentária e o baixo metabolismo.”
Tanto Barbara York Main como os investigadores que se seguiram verificavam a situação de todos os abrigos de aranha-de-alçapão activos na área coberta pelo estudo, de seis em seis meses.
Em Outubro de 2016, descobriram que uma vespa parasita tinha implantado ovos no interior da aranha Número 16, o que veio a causar a sua morte. Quando nascem, as larvas destas vespas alimentam-se do seu hóspede.
Até agora, a detentora do recorde de aranha mais venha do mundo era uma tarântula encontrada no México, que viveu até aos 28 anos de idade.
“Estas aranhas exemplificam um modo de vida em paisagens antigas e através das nossas pesquisas contínuas, vamos ser capazes de determinar como é que os stresses futuros das alterações climáticas e da desflorestação vão afectar provavelmente esta espécie”, sublinharam ainda os autores do estudo.