Entre hoje e quinta-feira debate-se na Noruega a estratégia da OSPAR para proteger espécies e habitats no Atlântico Nordeste. A organização Oceana alerta que há dezenas de animais ameaçados que não estão ser considerados.
A partir de hoje estão reunidos em Trondheim, na Noruega, os peritos em biodiversidade da OSPAR – Convenção para a Protecção do Ambiente Marinha do Atlântico Nordeste que inclui União Europeia (UE) e 15 Governos: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça.
Em causa está a implementação da Estratégia da OSPAR sobre Diversidade Biológica e Ecossistemas, documento que lista as espécies e habitats que precisam de ser protegidos.
A OSPAR está preocupada com 22 espécies de peixes – como o esturjão (Acipenser sturio) ou a enguia (Anguilla anguilla) -, 16 tipos de habitat (como os jardins de corais), nove espécies de aves – como o airo (Uria aalge) -, quatro espécies de mamíferos – como a baleia-azul (Balaenoptera musculus) -, duas espécies de répteis – a tartaruga-comum (Caretta caretta) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) – e com cinco espécies de invertebrados, como a craca Megabalanus azoricus.
Nesta segunda-feira, a organização Oceana alertou para o facto de estarem a ser ignoradas 79% das espécies de peixes do Atlântico Nordeste ameaçadas de extinção. Por isso pede um alargamento da lista vermelha da OSPAR. “A lista não é actualizada desde 2008 e não inclui 79% das espécies de peixes reconhecidas como ameaçadas de extinção”, diz a organização em comunicado.
Além disso, a Oceana pede a protecção de outros tipos de habitats em declínio, como as florestas de kelp e as comunidades de Haploops (pequenos crustáceos).
“Pedimos aos Governos do Atlântico Nordeste que deixem de arrastar os pés e adoptem, com urgência, um método mais sistemático de listagem de todas as espécies e habitats marinhos reconhecidos pela Ciência como ameaçados”, apelou Lasse Gustavsson, director-executivo da Oceana para a Europa.
A organização lembrou que a Lista Vermelha europeia para os peixes marinhos da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) lista 52 espécies ameaçadas para o Atlântico Nordeste; a OSPAR “apenas se compromete a proteger 11 (21%)”.