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Já são 13 os grifos que estão a detectar ameaças à biodiversidade

06.08.2020

O projecto Sentinelas já marcou 13 grifos (Gyps fulvus) com dispositivos GPS-GSM e/ou anilhas. Estas aves estão a ajudar no combate ao uso ilegal de venenos e outras ameaças para a biodiversidade.

 

Dez das aves têm emissores GPS-GSM e três apenas anilhas, colocadas no âmbito deste projecto que arrancou no final do ano passado.

A 23 de Julho passado foram marcados seis grifos adultos no concelho de Vimioso (Bragança), mais concretamente na Zona de Proteção Especial (ZPE) Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, segundo um comunicado da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural enviado à Wilder.

 

Libertação de um dos exemplares

 

Em cinco foram colocados emissores e anilhas PVC e metálicas, e num apenas as anilhas.

Além da marcação, foram registadas várias biometrias e colhidas diversas amostras biológicas dos exemplares para análise. Nas acções de captura e marcação estiveram presentes técnicos da Palombar  e investigadores da Universidade de Oviedo (Espanha), parceira do projecto.

Estes seis grifos juntam-se agora aos sete que já tinham sido marcados no dia 18 de Novembro de 2019 na ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda.

Segundo a Palombar, “a marcação dos animais no âmbito deste projeto sofreu atrasos significativos devido à pandemia de COVID-19”.

Para breve está a marcação de mais grifos nas ZPE Serra do Gerês e Montesinho/Nogueira.

“Os emissores GPS-GSM emitem frequentemente as posições dos animais e permitem que a equipa técnica do projeto Sentinelas monitorize continuamente os indivíduos, possibilitando, assim, detetar, atempadamente, potenciais ameaças.”

 

 

A rede de grifos marcados funciona como um “radar” e “assegura não só a identificação do uso ilegal de venenos, como outros riscos relacionados com a intoxicação por diversos contaminantes ambientais, mortalidade em linhas elétricas e/ou parques eólicos e abate a tiro, as quais constituem algumas das ameaças mais importantes para várias aves de rapina com hábitos necrófagos, em particular, e para a biodiversidade, em geral”.

O projecto Sentinelas – marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal é um projeto da Palombar, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética no seu primeiro ano (2019) e desenvolvido em territórios da Rede Natura 2000. Tem como parceira a Universidade de Oviedo, em Espanha.

O principal objetivo é criar uma rede de espécies-sentinelas que possibilite obter informação e combater o uso ilegal de venenos em Portugal, “um sério problema para a conservação da biodiversidade, dos ecossistemas e para a saúde pública”.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Visite as páginas do Sentinelas no Facebook e no Twitter.

E esclareça cinco mitos sobre os abutres em Portugal, neste artigo da Wilder.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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