O projecto Sentinelas já marcou 13 grifos (Gyps fulvus) com dispositivos GPS-GSM e/ou anilhas. Estas aves estão a ajudar no combate ao uso ilegal de venenos e outras ameaças para a biodiversidade.
Dez das aves têm emissores GPS-GSM e três apenas anilhas, colocadas no âmbito deste projecto que arrancou no final do ano passado.
A 23 de Julho passado foram marcados seis grifos adultos no concelho de Vimioso (Bragança), mais concretamente na Zona de Proteção Especial (ZPE) Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, segundo um comunicado da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural enviado à Wilder.
Em cinco foram colocados emissores e anilhas PVC e metálicas, e num apenas as anilhas.
Além da marcação, foram registadas várias biometrias e colhidas diversas amostras biológicas dos exemplares para análise. Nas acções de captura e marcação estiveram presentes técnicos da Palombar e investigadores da Universidade de Oviedo (Espanha), parceira do projecto.
Estes seis grifos juntam-se agora aos sete que já tinham sido marcados no dia 18 de Novembro de 2019 na ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda.
Segundo a Palombar, “a marcação dos animais no âmbito deste projeto sofreu atrasos significativos devido à pandemia de COVID-19”.
Para breve está a marcação de mais grifos nas ZPE Serra do Gerês e Montesinho/Nogueira.
“Os emissores GPS-GSM emitem frequentemente as posições dos animais e permitem que a equipa técnica do projeto Sentinelas monitorize continuamente os indivíduos, possibilitando, assim, detetar, atempadamente, potenciais ameaças.”
A rede de grifos marcados funciona como um “radar” e “assegura não só a identificação do uso ilegal de venenos, como outros riscos relacionados com a intoxicação por diversos contaminantes ambientais, mortalidade em linhas elétricas e/ou parques eólicos e abate a tiro, as quais constituem algumas das ameaças mais importantes para várias aves de rapina com hábitos necrófagos, em particular, e para a biodiversidade, em geral”.
O projecto Sentinelas – marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal é um projeto da Palombar, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética no seu primeiro ano (2019) e desenvolvido em territórios da Rede Natura 2000. Tem como parceira a Universidade de Oviedo, em Espanha.
O principal objetivo é criar uma rede de espécies-sentinelas que possibilite obter informação e combater o uso ilegal de venenos em Portugal, “um sério problema para a conservação da biodiversidade, dos ecossistemas e para a saúde pública”.
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E esclareça cinco mitos sobre os abutres em Portugal, neste artigo da Wilder.