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Illustraciencia: Estes são os vencedores do prémio internacional de ilustração

12.12.2019

Threadfin Morphology, de Paulo Presti, e Paseriformes de Santiago do Chile, de Elvis Antonio Salazar, são as obras vencedoras nas categorias científica e naturalista, respectivamente, da 7ª edição da Illustraciencia.

As ilustrações do brasileiro Paulo Presti e do chileno Elvis Antonio Salazar arrebataram o júri da 7ª edição da Illustraciencia, prémio internacional de ilustração científica e naturalista.

As suas obras foram selecionadas de entre 40 obras finalistas. No total, a edição de 2019 da Illustraciencia recebeu mais de 400 obras.

Para o júri, o mais difícil foi selecionar os vencedores, que se destacam pela grande qualidade. “Com esta iniciativa, além de abrir um espaço para que os ilustradores mostrem a sua obra e premiar o seu excelente trabalho, a Illustraciencia pretende dar à ilustração a relevância que merece, já que é um trabalho fundamental para o avançar do conhecimento científico”, disse, em comunicado, Miquel Baidal, coordenador da iniciativa.

Assim, o vencedor na categoria científica foi o biólogo e ilustrador científico brasileiro Paulo Presti com uma ilustração composta por vários elementos do mundo dos peixes.

Threadfin Morphology, de Paulo Presti, mostra o peixe Polydactylus virginicus (conhecido no Brasil pelos nomes comuns Parati barbudo ou Nariz de vidro) e várias estruturas anatómicas: um arco mandibular (Polynemus paradiseus), um arco hiopalatino (Galeoides decadactylus) e uma faixa peitoral (Pentanemus quinquarius).

O vencedor na categoria naturalista foi o ilustrador chileno Elvis Antonio Salazar, com a obra Paseriformes de Santiago do Chile.

Na ilustração figuram 11 espécies de aves: da esquerda para a direita e de cima para baixo: (A) Zonotrichia capensis; (B) Sturnella loyca; (C) Spinus barbata; (D) Phytotoma rara; (E) Curaeus curaeus; (F) Molothrus bonariensis; (G) Elaenia albiceps; (H) Troglodytes aedon; (I) Mimus thenca; (J) Passer domesticus (macho e fêmea); (K) Lessonia rufa.

Cada um dos autores das obras vencedoras receberá um prémio de 600 euros.

O júri concedeu ainda uma menção honrosa às obras Nightjar, de Kristina Khlebinovka, e Rana Cristal, de Luis Alonso Diatchenko, na categoria de ilustração científica; e às obras Antropoceno, de Juan Francisco Rodríguez García, e El Limpiador de Caballos, de Camilo Enrique Maldonado Marín, na categoria de ilustração naturalista.

Maldonado foi também o vencedor do prémio especial atribuído pelo público.

El limpiador de caballos, de Camilo Enrique Maldonado Marín representa a espécie Crotophaga sulcirostris que, no Chile, recebeu o nome de ave mata-cavalos devido à sua alimentação. Esta consiste em insectos e parasitas principalmente de cavalos e de gado, dos quais se alimenta pondo-se em cima do animal. Antigamente acreditava-se que estas aves causavam feridas no corpo dos cavalos tão graves que lhes causavam a morte.

As 40 obras finalistas da Illustraciencia 2019 formarão parte da exposição itinerante que estará nas salas do Museu Nacional de Ciências Naturais (MNCN – CSIC), em Madrid, de 1 de Abril a 24 de Maio de 2020 para depois viajar para diferentes cidades.

Para potenciar o papel da ilustração científica, além desta exposição, a Illustraciencia vai organizar um ciclo de actividades sobre ilustração científica de 5 a 7 de Março de 2020 na CosmoCaixa (Museu de Ciência em Barcelona), com conferências, demonstrações, visitas guiadas e espaços de network, além de ateliers infantis, juvenis e um curso de ilustração científica.

A 3 de Abril, no MNCN-CSIC vai realizar-se, pelo segundo ano consecutivo, o encontro nacional de ilustradores científicos.

A Illustraciencia é uma iniciativa organizada pelo MNCN-CSIC e a Associação Catalã de Comunicação Científica, que conta com a colaboração da Fundación Española para la Ciencia y la Tecnología.

Esta competição começou como um projecto para aproximar a Ciência à sociedade através da ilustração. A ideia evoluiu para um prémio internacional que quer dar visibilidade ao trabalho dos ilustradores, independentemente do seu país de origem. Os critérios do júri são o rigor científico, clareza, originalidade e capacidade de divulgação.

Na edição de 2018, uma ilustradora portuguesa, Rita Cortês, venceu na categoria científica, com o ciclo de vida da vaca-loura, o maior escaravelho da Europa. Em 2017, o vencedor foi outro português, Pedro Salgado, com a ilustração de quatro espécies de peixes do Mediterrânico.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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