Ombú é um lince-ibérico nascido há três anos na povoação espanhola de Aznalcázar, em Sevilha. O confinamento dos habitantes da região abriu-lhe os horizontes.
Desde que o estado de emergência foi declarado em Espanha, esvaziando de gente as ruas e as hortas de muitas localidades, este lince-ibérico tem vindo a ampliar o seu território na povoação de Aznalcázar, no coração do Parque Natural de Doñana. “Está a aproveitar o confinamento para estender o seu reino”, adianta a Junta da Andaluzia, numa nota publicada.
A sede da Escola de Segurança Pública da Andaluzia (ESPA), que dá formação a polícias, bombeiros e outros agentes de segurança, fica muito próxima do centro da localidade. Rodeada por uma quinta de 12 hectares povoada por pinheiros, “está agora deserta e demasiado tranquila.”
Resultado? Nestes mais de 40 dias desde que fecharam as portas da escola, onde a actividade costuma ser frenética, Ombú passou a incluir a ESPA como um território onde se sente confortável.
“Como contam os vigilantes de segurança da escola, por estes dias conseguiram filmar o felino a passear-se pelas instalações e até mesmo a dormitar nas escadas da porta de entrada”, relata a nota divulgada.
Daqui a pouco tempo, quando a escola voltar a abrir portas, voltarão a leccionar-se neste espaço estratégias de detenção, técnicas de luta e aulas de tiro. E é certo que o lince Ombú “voltará a perder-se entre os pinheiros de Aznalcázar”, mais um entre os animais desta espécie considerada Em Perigo de extinção.
Na Península Ibérica, única região do mundo onde ocorrem linces-ibéricos, o Parque Natural de Doñana é um dos dois núcleos consolidados da espécie, onde a população é hoje mais estável. Existem outros núcleos onde estes felinos estão em fase de consolidação, incluindo o Vale do Guadiana, em Portugal.
Entre 2020 e 2025, está a decorrer o projecto LIFE Lynx Connect, dedicado à conservação da espécie. Coordenado pela Junta da Andaluzia, terá 22 sócios em Portugal e Espanha.
[divider type=”thin”] Saiba mais.
Leia as notícias sobre o lince-ibérico já publicadas na Wilder, aqui, e fique a conhecer melhor esta espécie tão especial.