Caçador de 81 anos participava numa batida ilegal ao javali, nos Pirenéus franceses, juntamente com outras 15 pessoas. Alegou tratar-se de legítima defesa.
O caçador foi condenado por matar uma fêmea de urso-pardo conhecida como Caramelles, que tinha 20 anos de idade e estava acompanhada por duas crias. Tudo aconteceu durante uma batida ao javali realizada ilegalmente na reserva natural de Mont Valier, numa zona interdita à caça, junto à fronteira com Andorra.
A sentença, que foi decretada esta semana, prevê que o homem ficará sujeito a suspensão condicional da pena, depois de ter alegado legítima defesa. Depois do encontro com esta ursa, que aconteceu em novembro de 2021, foi internado num hospital em estado grave. “Estava a morder-me a perna, recarreguei a minha carabina e disparei”, afirmou, no tribunal.
Ainda assim, foi considerado culpado de matar um animal de uma espécie ameaçada de extinção e protegida pela legislação francesa. Foi também proibido de utilizar armas e de caçar durante dois anos e será obrigado a pagar uma multa de 750 euros.
Cada um dos 16 caçadores que participaram nesta batida terá, aliás, de pagar multas e indemnizações de várias centenas de euros, ficando igualmente com a licença de caça suspensa temporariamente.
Nos Pirenéus franceses, uma cadeia montanhosa situada na zona fronteiriça entre França e Espanha, a população de ursos-pardos tem vindo a recuperar da ameaça de extinção graças a programas de restauro da espécie. Hoje, estima-se que ali vivam entre 97 a 127 destes grandes mamíferos.