um urso-pardo numa floresta
Urso-pardo. Foto: Per Harald Olsen/Wiki Commons

Condenado a pena suspensa de 4 meses de prisão por matar urso em França

08.05.2025

Caçador de 81 anos participava numa batida ilegal ao javali, nos Pirenéus franceses, juntamente com outras 15 pessoas. Alegou tratar-se de legítima defesa.

O caçador foi condenado por matar uma fêmea de urso-pardo conhecida como Caramelles, que tinha 20 anos de idade e estava acompanhada por duas crias. Tudo aconteceu durante uma batida ao javali realizada ilegalmente na reserva natural de Mont Valier, numa zona interdita à caça, junto à fronteira com Andorra.

A sentença, que foi decretada esta semana, prevê que o homem ficará sujeito a suspensão condicional da pena, depois de ter alegado legítima defesa. Depois do encontro com esta ursa, que aconteceu em novembro de 2021, foi internado num hospital em estado grave. “Estava a morder-me a perna, recarreguei a minha carabina e disparei”, afirmou, no tribunal.

Ainda assim, foi considerado culpado de matar um animal de uma espécie ameaçada de extinção e protegida pela legislação francesa. Foi também proibido de utilizar armas e de caçar durante dois anos e será obrigado a pagar uma multa de 750 euros.

Cada um dos 16 caçadores que participaram nesta batida terá, aliás, de pagar multas e indemnizações de várias centenas de euros, ficando igualmente com a licença de caça suspensa temporariamente.

Nos Pirenéus franceses, uma cadeia montanhosa situada na zona fronteiriça entre França e Espanha, a população de ursos-pardos tem vindo a recuperar da ameaça de extinção graças a programas de restauro da espécie. Hoje, estima-se que ali vivam entre 97 a 127 destes grandes mamíferos.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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