Cientistas do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa, do CSIC, confirmaram, pela primeira vez, a presença na Antárctida do vírus H5N1 da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade em aves marinhas.
A presença do vírus, confirmada a 24 de Fevereiro, foi encontrada em amostras de moleiros-subantárcticos (Stercorarius antarcticus) – aves marinhas de tamanho médio, com plumagem castanha -mortos. Estas aves tinham sido encontradas por cientistas argentinos nas proximidades da base Antárctida “Primavera”.
As amostras foram transportadas por um navio argentino da Patrulha Antárctica Combinada, com todas as medidas de segurança, para a Base Antárctica Espanhola Gabriel de Castilla, na Ilha Decepción, onde foram analisadas pelos investigadores do CSIC Ángela Vásquez e Antonio Alcamí.
“Esta descoberta demonstra, pela primeira vez, que o vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade chegou à Antárctida apesar da distância e das barreiras naturais que a separam de outros continentes”, segundo um comunicado do Conselho Superior espanhol de Investigação Científica (CSIC) divulgado a 25 de Fevereiro.
“As análises demonstraram que as aves estavam infectadas com o subtipo H5 de gripe aviária e pelo menos uma das aves mortas tinha o vírus altamente patogénico da gripe aviária.”
A Gripe Aviária de Alta Patogenicidade é uma ameaça mundial que está a afectar aves selvagens de várias espécies. Os cientistas alertam para a ameaça que este vírus pode representar para os ecossistemas únicos e frágeis da Antárctida.
Em Outubro do ano passado, os investigadores do British Antarctic Survey confirmaram a presença da gripe em animais das ilhas subantárcticas da Geórgia do Sul, nomeadamente em moleiros-subantárcticos e em gaivotas-dominicanas (Larus dominicanus).
“Se a gripe aviária continuar a espalhar-se na região isso pode ameaçar de forma significativa aquele ecossistema frágil e colocar em risco um grande número de populações de aves marinhas e de mamíferos marinhos”, comentou em Outubro passado Ian Brown, chefe de virologia da Agência de Saúde Animal e Vegetal do Reino Unido.