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Governos declaram florestas como solução climática crucial

30.11.2015

Numa declaração conjunta assinada nesta segunda-feira num evento especial da COP21, em Paris, os chefes de Estado e ministros de 16 países reconheceram as florestas como uma solução climática crucial e anunciaram vários projectos para travar a desflorestação.

 

Os líderes políticos da Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Etiópia, França, Gabão, Indonésia, Japão, Libéria, Noruega, Peru, Reino Unido e República Democrática do Congo reconheceram “o papel essencial que as florestas têm a longo prazo na saúde do nosso planeta”, nomeadamente na questão das alterações climáticas.

Por isso, comprometeram-se a “intensificar os esforços para proteger as florestas, a recuperar de forma significativa as florestas degradadas, as turfeiras e as terras agrícolas e a promover um desenvolvimento rural de baixo carbono”, segundo a declaração.

Na cerimónia, onde também foram anunciados vários projectos de restauro florestal, estiveram os chefes de Estado da Alemanha, Brasil, Colômbia, Etiópia, Gabão, Indonésia, Noruega e Peru, bem como vários ministros de outros países.

O Brasil e a Noruega anunciaram que vão prolongar até 2020 a sua parceria climática e florestal. Na última década, o Brasil conseguiu reduzir a desflorestação da Amazónia em mais de 70%, apoiado pela Alemanha e Noruega.

A Colômbia anunciou uma parceria com a Alemanha, Noruega e Reino Unido para reduzir a desflorestação na região da Amazónia.

Já em Setembro em Nova Iorque, vários países se tinham comprometido a conservar as florestas no âmbito dos novos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a mobilizar o financiamento para o conseguir, no quadro do REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation). Hoje, a Alemanha, Noruega e Reino Unido anunciaram um financiamento para este programa no valor de mil milhões de dólares (cerca de 943 milhões de euros) por ano até 2020.

Mais de mil milhões de pessoas dependem directamente das florestas e os restantes seis mil milhões dependem delas por causa de vários serviços dos ecossistemas, como a biodiversidade, polinização, captura e armazenamento de carbono e água potável. Contudo, estima-se que, por ano, cerca de 12 milhões de hectares de florestas sejam destruídos.

“As florestas podem reduzir milhões de toneladas de emissões por ano e são essenciais para evitar as perigosas alterações climáticas”, subscreveram os líderes políticos.

 

[divider type=”this”] Acompanhe os temas das alterações climáticas e da biodiversidade durante a COP21 na nossa secção especial Clima.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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