Esteja atento aos juvenis de ganso-patola que estão agora a viajar do Norte da Europa para as áreas de invernada mais a Sul. O Centro de Reabilitação de Animais Marinhos alerta que muitos precisam de ajuda.
Os primeiros juvenis de ganso-patola (Morus bassanus), nascidos este ano, começaram a chegar no início de Setembro às águas portuguesas. Esta ave marinha reproduz-se no Norte da Europa, em colónias, e voa para Sul para aí passar os meses mais frios. Em Portugal ocorre como espécie invernante e migrador de passagem.
“São animais inexperientes que chegam exaustos, desidratados e alguns em estado de emaciação”, ou seja, enfraquecidos e com pouco peso, explicou à Wilder Marisa Ferreira, coordenadora do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) – Ecomare na Gafanha da Nazaré (Ílhavo).
Neste momento, este centro tem ao seu cuidado oito gansos-patola em reabilitação. “Já entraram mais gansos-patolas este mês do que a média dos anos anteriores”, acrescentou Marisa Ferreira.
Em 2018 já entraram no CRAM-Ecomare 35 gansos-patola. Destes, 16 entraram em Setembro por várias razões, desde a captura acidental em anzóis, traumatismos e estado de fraqueza e debilidade.
Este mês já entraram 12 juvenis nascidos este ano.
A responsável prevê que “em Outubro também dêem entrada mais indivíduos desta espécie”.
“Muitos são bastante inexperientes e não comem sozinhos o peixe oferecido, precisando de observar outros gansos-patola a fazê-lo para se alimentarem correctamente na água. Também é muito comum ficarem presos em anzóis e amostras, nas patas e asas.”
É nos meses de Outubro e Novembro que os gansos-patola são mais frequentes nas águas portuguesas, preferencialmente junto à costa, segundo o Atlas das Aves Marinhas. As zonas de maior concentração de avistamentos foram Nazaré/Aveiro, Costa de Setúbal e o Sudoeste Alentejano/Costa Algarvia, de acordo com os resultados do projecto MARPRO.
Estes gansos-patola estão pelas águas portuguesas a alimentar-se, capturando peixe por mergulhos profundos de grandes alturas.
Os gansos-patola são aves exclusivamente marinhas. Se encontrar uma na praia, muito provavelmente está a precisar de ajuda.
Neste caso, Marisa Ferreira pede o seu contributo, alertando “as autoridades ou um centro de recuperação de animais selvagens”.
“Caso o animal tenha algum anzol preso não o deve remover. A remoção inadequada pode danificar estruturas ou contaminar a ferida levando assim a uma recuperação mais morosa ou inviabilizando a devolução à natureza do animal.”
Além disso, é importante que não ofereça comida à ave, “pois no caso de aves emaciadas elas não conseguem digerir o alimento ou se tiverem algum corpo estranho no estômago podem piorar a situação”.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Se encontrar um animal marinho em dificuldades, aqui tem os números para pedir ajuda:
CRAM: 91.961.87.05
Rede Nacional de Arrojamentos: 96.884.91.01
[divider type=”thick”]Saiba mais.
Descubra mais sobre o ganso-patola e as outras aves marinhas de Portugal no Atlas das Aves Marinhas.