Um juiz federal na Argentina ordenou nesta segunda-feira uma suspensão de três meses do abate da floresta na província de Chaco, no Norte do país, uma decisão rara para proteger um dos habitats florestais que está a ser destruído mais rapidamente por causa da agricultura.
A província de Chaco situa-se na maior região de floresta da América do Sul depois da Amazónia e estende-se pela Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil. Regista algumas das taxas de desflorestação mais elevadas do mundo.
Aquela floresta é a casa de inúmeras espécies, incluindo jaguares, ocelotes, tapires e pumas.
As autoridades estão a investigar autoridades locais e responsáveis de empresas, em especial no sector da produção de cereais, suspeitos de retirarem lucros ilegalmente, de abuso de autoridade e de incumprimento de deveres públicos, segundo a agência de notícias Reuters.
“O juiz ordenou a suspensão total do abate de árvores na província de Chaco”, disse Enrique Viale, presidente da Associação Argentina de Advogados Ambientais (AAdeAA), organismo que apresentou a queixa original.
“Isto vai garantir que não sejam causados danos ambientais durante a investigação que está em curso. Vamos continuar até conseguirmos desmantelar a máfia que abate as florestas e acabar com o abate de árvores”, acrescentou à Reuters.
Entre as principais actividades económicas na província de Chaco, que tem uma área de cerca de 100 quilómetros quadrados, estão a exploração florestal, a cultura de soja e de algodão e a criação de gado.
Segundo a organização não governamental Fundación Vida Silvestre, a região Gran Chaco perdeu 30% das suas florestas, sendo que 76% da desflorestação ocorrida de forma ilegal aconteceu entre 2007 e 2021.