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ilustração de duas espécies de estorninhos

Desenho da semana: dois estorninhos assustados na Ilha do Príncipe

04.07.2018

O ilustrador naturalista Marco Nunes Correia abre os seus cadernos de campo e mostra-nos o que o fascina na natureza portuguesa. São desenhos, esboços ou aguarelas onde regista as estações do ano. Uma por semana.

 

ilustração de duas espécies de estorninhos

 

A fotografia revela-se por vezes o melhor amigo do ilustrador, que pode assim captar as imagens de aves e de outros animais fugidios, que de outra forma se perderiam sem tempo para chegar ao papel.

Foi no miradouro do Belo Monte, na expedição do Grupo do Risco à ilha do Príncipe, em Junho de 2016, que Marco Nunes Correia avistou por breves momentos dois estorninhos que ali ocorrem: o estorninho-do-Príncipe (Lamprotornis ornatus), espécie endémica da região, e o estorninho-bo-bo (Lamprotornis splendidus splendidus), que também se encontra noutros países africanos, como Angola e Etiópia.

O estorninho-do-Príncipe apresentava “uma pose assustada”, pois do local aproximava-se “um grupo de crianças que recolhiam lenha, em grande algazarra”. O ilustrador nem sequer teve tempo para esboçar num caderno a imagem das duas aves, que depressa se afastaram, “afugentadas pelo mesmo grupo de crianças”.

Felizmente, ainda lhes conseguiu tirar algumas “miseráveis fotos” com um tablet, através do telescópio. Mais tarde, utilizou essas imagens “para fazer estes registos sentado à mesa, com a calma necessária para poder interpretar o desfoque das imagens”, conta à Wilder.

“Algumas dúvidas foram tiradas através do guia de aves que levei comigo”, recorda Marco Nunes Correia. A técnica utilizada foi o desenho de grafite colorido com aguarela.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Marco Nunes Correia, de Alcobaça, é professor na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha. É membro do Grupo do Risco e especializou-se em desenho de natureza. 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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