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Foto: neusitas/Wiki Commons

Espanha: Guardia Civil deteve suspeito de matar um urso-pardo com armadilha

09.10.2024

Um homem de 62 anos é o presumível autor de um crime contra a fauna e flora silvestre por ter montado a armadilha de laço que apanhou o animal nas Astúrias, perto de Villarmeirin.

De acordo com a Fundación Oso Pardo (Fundação Urso-pardo, em português), tratava-se de um “magnífico exemplar adulto de 187 quilos”, que estava a ser seguido à distância através de uma coleira GPS, que permitia a sua geolocalização.

O animal foi encontrado morto em julho passado, com a pata dianteira presa numa armadilha de laço feita com um cabo de aço. O caso foi investigado por agentes do SEPRONA, uma unidade da Guardia Civil dedicada à conservação da natureza, que identificaram e detiveram o suspeito.

Após uma revista ao terreno, para evitar que outros animais fossem apanhados por este método de caça não seletivo, foram encontradas mais quatro armadilhas de laço colocadas aos pares.

“A reaparição do uso de laços ilegais preocupa-nos enormemente, pois foi uma das principais causas, juntamente com os disparos e o uso de veneno, que levaram o urso à beira da extinção em décadas anteriores”, afirma a fundação espanhola num post no Instagram, recordando que nesses “duros anos” foram retirados mais de 1500 laços ilegais de zonas de urso e denunciados um total de 18 “laceiros”.

“Não podemos deixar que regresse o flagelo dos laços ilegais nas montanhas do urso, colocando em perigo todos os esforços realizados para a recuperação da espécie”, apela a ONG espanhola, que participa no programa de marcagem e radio-seguimento do urso-pardo nas Astúrias, onde estava incluído este exemplar.

Em Espanha, o urso-pardo é considerado Em Perigo de extinção e os seus números estão atualmente a recuperar, depois de um longo processo de declínio que durou até aos finais do século XX e levou a espécie quase ao desaparecimento. Existem hoje ursos nas Astúrias, na Cantábria, numa pequena parte da Galiza (Lugo), em duas províncias de Leão e Castela e ainda nos Pirenéus.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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