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Alerta para a diminuição quase recorde de gelo no Ártico

22.09.2020
Urso polar, uma das espécies que dependem do gelo do Ártico. Foto: Hans Jurgen Mager/Unsplash

O gelo marinho no Ártico diminuiu este Verão para o segundo nível mais baixo desde 1979, quando se começaram a fazer registos, anunciaram os cientistas.

Os dados obtidos por satélite apoiam para uma área de 3,74 milhões de quilómetros quadrados cobertos por gelo no dia 15 de Setembro, anunciou esta semana o National Snow and Ice Data Center, entidade científica que faz investigação nas regiões geladas do planeta.

Nos meses de Verão, o gelo no Ártico costuma retroceder, mas este ano isso aconteceu de forma especialmente rápida entre 31 de Agosto e 5 de Setembro, numa velocidade nunca antes registada.

O recorde tinha sido atingido em 2012, quando a camada de gelo encolheu para uma área de 3,41 milhões de quilómetros quadrados, depois de uma forte tempestade.

Mas desta vez, as causas parecem estar ligadas a correntes de ar quente na Sibéria, provocadas pelas alterações climáticas e pela acção humana.

As consequências deste fenómeno são uma ameaça para os animais do Ártico, incluindo focas, ursos polares, plâncton e algas. “Os números que estamos a obter de ano para ano, no que respeita à diminuição do gelo, colocam-nos muito em estado de alerta quanto à estabilidade do ambiente”, afirma Tom Foreman, especialista em vida selvagem polar e guia no Ártico, citado pelo The Guardian.

Por outro lado, o decréscimo de gelo nas regiões polares leva a que as águas que ficam a descoberto absorvam as radiações solares em vez de as reflectir, o que acelera ainda mais o aquecimento local. É o que está a suceder no Ártico, onde a subida de temperaturas acontece mais rapidamente do que no resto do mundo.

Com a chegada do Outono e a descida de temperaturas, é por esta altura do ano que as camadas de gelo na região deverão voltar a aumentar, sob o olhar atento dos investigadores.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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