Um carvalho-alvarinho (Quercus robur) de 400 anos de idade que vive na província de Podlaskie, na Polónia, junto à famosa floresta de Białowieża, foi eleito hoje o grande vencedor do concurso Árvore Europeia do Ano 2022. Em terceiro lugar ficou um sobreiro português.
Chamam-lhe Carvalho Dunin, o guardião da floresta primitiva de Białowieża. “É uma inspiração para muitos artistas. Surpreende em todas as estações – com a copa preenchida, mas também quando mostra os seus galhos sem folhas e misteriosamente curvados”, escrevem os organizadores do evento.
“Tem sido particularmente respeitado e admirado pela população local, bem como pelos turistas que visitam esta área da Polónia, chamada Região Europeia de Wisent.”
Este carvalho-alvarinho conseguiu um máximo histórico de votos (179.317), seguido do Carvalho da Floresta do Banquete de Conxo, em Espanha, com 168.234 votos.
Em terceiro lugar ficou a Sobreira Grande, de Vale Pereiro (Arraiolos), com 70.563 votos.
Assim, os três primeiros lugares foram atribuídos a carvalhos. “Conhecidos por serem árvores longevas e de grande porte, os carvalhos prestam-se a belas imagens adequadas ao concurso da Árvore do Ano, mas as suas florestas são também importantes fontes de recursos que asseguram à sociedade, não só madeira, cortiça e bolotas, mas também inúmeros serviços de ecossistema fundamentais à adaptação e mitigação das alterações climáticas – sequestro de carbono, conservação do solo e da água e proteção à biodiversidade”, lembram os organizadores. “A manutenção destas florestas em áreas rurais tem um papel determinante na economia das regiões, na qualidade de vida das populações, e na redução do risco de incêndio.”
Este ano, o número total de votantes da Árvore Europeia chegou aos 769.212, um recorde.
Em comunicado, os organizadores deste evento internacional explicam que decidiram excluir a árvore candidata pela Federação Russa a este concurso – o carvalho Turgenev, de Lutovinovo (região russa de Orel) – por causa da invasão militar da Ucrânia. Assim, os votos atribuídos a esta árvore não foram contabilizados. “Foi uma decisão muito difícil, tanto que estávamos muito contentes por ter a bordo organizadores russos da Árvore do Ano, mas decidimos seguir os esforços internacionais para isolar a Rússia”, explicam os organizadores.
“A decisão não é dirigida contra homens e mulheres comuns russos (…). Contudo, não podemos assistir de braços cruzados à agressão sem precedentes da Rússia contra um país vizinho”, comentou Josef Jary, coordenador do concurso a nível internacional.
O evento Árvore Europeia do Ano é um concurso que pretende salientar a importância das árvores no património natural e cultural da Europa e a importância dos serviços dos ecossistemas que proporcionam. O concurso não quer procurar a árvore mais bonita mas sim uma árvore com uma história, bem enraizada nas vidas das comunidades onde crescem.
Conheça aqui a votação completa:
1º – Carvalho Dunin, Polónia (179.317)
2º – Carvalho da Floresta do Banquete de Conxo, Espanha (168.284)
3º – Sobreira Grande, Portugal (70.563)
4º – Castanheiro dos 100 Cavalos, Itália (46.275)
5º – Guarda-chuva de High Tatras, Eslováquia (37.872)
6º – Árvore inclinada de Kippford, Reino Unido (30.761)
7º – Tília Cantante, República Checa (28.649)
8º – Multisecular castanheiro da Praça Audran, França (28.119)
9º – Grande Carvalho de Ages, Letónia (27.098)
10º – Casal de acácias japonesas do Teatro Csokonai em Debrecen, Hungria (26.347)
11º – Sequóia gigante de Slatina, República da Croácia (26.225)
12º – Sequóia gigante do Collège Notre Dame de Bonlieu, Bélgica (25.724)
13º – Pinheiro do Rei, Estónia (25.346)
14º – Árvore do avô Kolyo, Bulgária (24.431)
15º – Eu sou a Tília, Holanda (24.201)
Excluído – Carvalho Turgenev, Rússia (Não contabilizado)