Dinamizado pela associação Vita Nativa, o Andorin quer envolver os portugueses na conservação e na procura de mais informação sobre estas aves, que enchem os céus de vilas e cidades quando chega a Primavera.
O Andorin, apresentado pela primeira vez no Festival de Observação de Aves e Actividades de Natureza, no início de Outubro, tem como objectivo “criar uma rede de parceiros que promova a conservação destas aves através de medidas que o cidadão comum possa aplicar”, explicam os organizadores, numa nota de imprensa enviada à Wilder. E avançam alguns exemplos do que cada um de nós pode fazer: encaminhar estas espécies para centros de recuperação, quando as encontramos debilitadas; colocar caixas e taças ninho; ou ainda apoiar arquitectos e construtores para que os seus edifícios sejam amigos das andorinhas e dos andorinhões.
A equipa vai também apostar no aumento do conhecimento científico, com apoios à investigação e a promoção de campanhas de ciência cidadã. Até porque “são muitas as lacunas de conhecimento que existem ainda sobre a biologia e a ecologia destas aves e a sua investigação e monitorização são fundamentais para que sejam tomadas as decisões mais adequadas à sua conservação”, sublinham.
Entre as acções que podem ajudar neste campo, em que todos podem “fazer a diferença” – apelam os responsáveis do projecto – está a “inventariação e monitorização dos ninhos que possam existir nas nossas casas”.
Por outro lado, as escolas vão ser também alvos importantes do Andorin, através de muitos dos conteúdos do projecto, incluindo vários jogos e actividades. Isto porque “como as andorinhas e os andorinhões são aves comuns nas vilas e cidades, são os animais ideais para que possam ser objeto de estudo por parte dos mais novos”.
Quantas espécies em Portugal?
Em território português, de acordo com a equipa, “podem ser observadas cinco espécies de andorinhas e seis espécies de andorinhões”, incluindo o andorinhão-preto e o andorinhão-pálido. Na verdade, andorinhas e andorinhões nem sequer são aparentados, apesar de serem muito parecidos, “com formas elegantes, voos rápidos e acrobáticos que usam para caçar em voo os invertebrados de que se alimentam”. “Outra característica fundamental que une estas aves e que nos torna também intervenientes desta história é o facto de ambas nidificarem nos edifícios que construímos”, além da importância que têm ao alimentarem-se de insectos, incluindo alguns ligados a pragas e doenças.
Apesar de nenhuma das espécies estar ameaçada em Portugal, “a recente revisão dos estatutos de conservação em países como Espanha ou Inglaterra refletem uma queda acentuada no número destas aves”, avisam os responsáveis do projecto.
Em causa estão ameaças como “as alterações dos habitats que levam à escassez dos recursos que lhes são essenciais; as alterações climáticas que afetam os seus movimentos sazonais e a redução da disponibilidade de locais de nidificação provocada, entre outras coisas, pela imprudente demolição e restauro de edifícios antigos.
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