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Albatroz Wisdom foi mãe aos 66 anos

17.02.2017

No meio de centenas de milhares de ninhos no atol de Midway, no Havai, Wisdom incubou com sucesso o seu ovo, foi anunciado nesta quinta-feira. Aos 66 anos, esta albatroz é a ave reprodutora a viver na natureza com mais idade do mundo, que se conheça.

 

Wisdom, um albatroz-de-Laysan (Phoebastria immutabilis), incubou o seu ovo durante cerca de dois meses, no mesmo local de nidificação que utiliza, todos os anos, com o macho Akeakamai (palavra havaiana que significa amante de sabedoria), no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Atol de Midway, no Havai. Este Atol é a maior colónia de albatrozes do mundo, com cerca de 70% da população mundial de albatrozes-de-Laysan (Phoebastria immutabilis) e quase 40% de albatrozes-de-patas-pretas (Phoebastria nigripes).

Wisdom continua a inspirar pessoas por todo o mundo. Há mais de 60 anos que esta ave regressa ao atol de Midway e já teve entre 30 e 35 crias”, disse Bob Peyton, responsável naquele Refúgio Nacional. Nesta quinta-feira, os funcionários desta área protegida anunciaram a mais recente cria de Wisdom.

 

A cria de Wisdom. Foto: Naomi Blinick/voluntária no refugio nacional

 

São precisos quase sete meses para incubar um ovo e cuidar da cria até que esta consiga voar. Mas esta é uma tarefa dividida entre WisdomAkeakamai. 

Esta espécie passa grande parte da vida (quase 90%) no oceano Pacífico à procura de alimento, e só vem a terra uma vez por ano, sempre para o mesmo ninho. Os albatrozes começam a chegar àquele atol no final de Outubro e, no final de Novembro, há centenas de milhares. Em Dezembro de 2015, voluntários do Serviço norte-americano de Pescas e Vida Selvagem contaram 470.000 ninhos ocupados; uma vez que cada ninho representa dois adultos, a população total reprodutora em Midway era de 940.000 aves.

Wisdom já terá voado na sua vida mais de três milhões de milhas (cerca de 4,8 milhões de quilómetros), desde que foi pela primeira vez registada no atol, em 1956. No total, esta distância equivale a seis viagens de ida e volta entre a Terra e a Lua.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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