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Britango. Foto: Bruno Berthemy / VCF

Ajude a baptizar três abutres-do-egipto no Douro Internacional

09.08.2017

Dos cinco abutres-do-egipto que foram marcados com emissores e estão a ser seguidos no projecto LIFE Rupis, três vão agora ser baptizados com base nos resultados de uma votação online que decorre até esta quinta-feira, dia 10 de Agosto.

 

Douro, Arriba, Churinga ou Fragas. Estes são alguns dos 36 nomes que constam de uma lista de votação online para baptizar três abutres-do-egipto (Neophron percnopterus) que estão a ser seguidos no âmbito do LIFE Rupis, na área transfronteiriça do Douro Internacional.

Estas aves, também conhecidas por britangos, são uma espécie Em Perigo de extinção em Portugal, onde estão presentes entre Abril e Setembro. No final desse mês voam para África, onde ficam durante os meses mais frios.

Com o objectivo de aprender mais sobre os hábitos dos abutres-do-egipto, os responsáveis do LIFE Rupis marcaram até agora cinco destas aves com emissores GSM. O primeiro abutre, um macho, foi capturado e marcado em 15 de Julho do ano passado e baptizado como Rupis; o segundo, uma fêmea, recebeu o nome de Poiares, quando lhe colocaram um emissor a 28 de Maio deste ano.

 

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Marcação de um abutre-do-egipto com emissor GSM. Foto: Life Rupis

 

Já os outros três abutres-do-egipto – dois marcados com emissores a 12 de Junho, em Escalhão (Figueira de Castelo Rodrigo) e o terceiro a 19 de Julho, em Bruçó (Mogadouro) – continuam por baptizar. São estes que aguardam os resultados da votação que começou a 1 de Agosto e termina esta quinta-feira, dia 10.

“Entre os parceiros do projecto e as pessoas envolvidas nestes trabalhos de capturas, fizemos uma pequena lista com nomes locais e nomes ligados ao projecto, para facilitar o processo de votação”, explicou à Wilder o coordenador do LIFE Rupis, Joaquim Teodósio, que pertence à Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).

 

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Um dos abutres-do-egipto que aguarda nome, marcado em Bruçó, na zona de Mogadouro. Foto: Life Rupis

 

Entretanto, as análises realizadas a amostras de sangue recolhidas destes abutres-do-egipto, necessárias “para detectar se têm doenças ou se estão intoxicados por chumbo”, revelaram que os três futuros baptizados são “dois machos e uma fêmea” – esta última uma das duas aves capturadas e marcadas em Escalhão, na zona de Figueira de Castelo Rodrigo.

Até ao início desta semana já tinham votado cerca de 140 pessoas, adiantou Joaquim Teodósio. Os três nomes vencedores deverão ser conhecidos nos próximos dias, depois da votação.

 

Por onde andam os abutres-do-egipto?

 

Das cinco aves que foram marcadas com emissores, é também possível seguir os movimentos de três num mapa online, incluindo o Rupis. Quanto às outras duas, “não podem ser seguidas porque estão a reproduzir-se, ainda estão no ninho e têm crias”, explicou o mesmo responsável.

Com a época de reprodução a poucas semanas de terminar, deverá seguir-se a partida destes abutres-do-egipto para África, no final de Setembro. Mas pode ser que não. “De há uns anos para cá, no lado espanhol tem ficado uma pequena população durante o Inverno. Estamos muito curiosos para saber o que vai suceder.”

Na área do LIFE Rupis – que inclui o Parque Natural do Douro Internacional (cerca de 95.000 hectares) e o Parque Natural de Arribes del Duero (107.000 hectares) existem 121 casais confirmados e outros 14 possíveis, segundo o censo de 2016. Em Portugal, o Douro Internacional alberga o maior núcleo de abutres-do-egipto.

 

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Foto: Bruno Berthemy / VCF

 

O projecto foi lançado em Julho de 2015, em território português e espanhol na zona do Douro Internacional, para ajudar a reforçar as populações de águia-perdigueira (Hieraaetus fasciatus) e de britango, através da redução da mortalidade e aumento do sucesso reprodutor destas espécies. Dura até 2019 e é co-financiado por fundos comunitários do Programa LIFE.

A coordenação está entregue à Spea, que tem mais oito entidades parceiras: a Associação Transumância e Natureza, a Palombar, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a Junta de Castela e Leão, a Fundación Patrimonio Natural de Castilla y Léon, a Vulture Conservation Foundation, a EDP Distribuição e a GNR.

 

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Saiba mais.

O abutre-do-egipto é o mais pequeno das espécies de abutre que ocorrem na Península Ibérica. Tem 65 centímetros de comprimento e dois quilos de peso. Conheça mais sobre esta ave, que foi a ave do ano 2016 em Portugal.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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