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Abutre-preto no Alentejo volta a ficar em segundo lugar

16.03.2016

Pela segunda vez, a recuperação do abutre-preto no Alentejo ficou em segundo lugar na competição organizada pela European Outdoor Conservation Association (EOCA). O primeiro lugar foi para as baleias-de-bossa nas Caraíbas Orientais, foi hoje revelado.

 

O projecto Black Vulture Recovery, Southern Portugal, da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) obteve mais de 8.000 votos numa votação online no site da EOCA, realizada de 1 a 15 de Março. Segundo um comunicado da LPN, o projecto ficou a 850 votos do grande vencedor, um projecto de conservação das baleias-de-bossa nas Caraíbas Orientais que pretende promover um turismo responsável de observação de baleias e que ajude também as comunidades locais.

Estes números representam um grande aumento em relação à candidatura anterior, feita em Outubro do ano passado, quando o projecto português conseguiu cerca de 3.000 votos, atrás do vencedor sueco Protecting Old-Growth Forests.

A votação da EOCA acontece duas vezes por ano desde 2010 e pretende apoiar financeiramente projectos de conservação e restauro de zonas selvagens, espécies e habitats. Os prémios podem ir até aos 30.000 euros. “Cada projecto teve de passar por uma avaliação rigorosa e por uma revisão feita por um painel de conselheiros científicos antes de chegar à shortlist”, explicou Tanya Bascombe, directora-adjunta da EOCA.

Nesta votação, o abutre-preto voltou a ser o único projecto português na lista final de cinco projectos (de Itália, Caraíbas, Galápagos e Madagáscar), que visavam conservar lémures, tartarugas gigantes, baleias e tubarões. A candidatura da LPN pretendia ajudar a manter o fornecimento de alimento ao abutre-preto no Alentejo e promover o turismo de observação de aves na região.

“Embora não tenhamos conseguido vencer a votação, ficámos num honroso segundo lugar a poucos votos do vencedor”, escreve a LPN em comunicado. “Mais importante ainda, conseguiu atingir-se um elevado número de pessoas com a mensagem da conservação do abutre-preto, despertando o seu interesse para esta espécie”, acrescenta.

Para breve estão prometidas novas iniciativas por parte da LPN, para que os esforços de conservação do abutre-preto no Alentejo possam continuar.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

A LPN está a trabalhar no concelho de Moura para a criação de uma nova população de abutre-preto. Desde 2012, ano em que foram instalados 12 ninhos artificiais, já nasceu uma cria e há quatro casais a nidificar, um deles num ninho natural.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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