A leitora Teresa Carvalho fotografou este escaravelho em Dezembro de 2017 na aldeia de Sabugosa, distrito de Viseu, e quis saber qual é a espécie. João Gonçalo Soutinho responde.
“Foi a única vez que vi este tipo de animal. Era de cor preta, com cerca de 4 a 5 cm de comprimento e 3 cm de largura, na sua parte mais larga. O corpo era constituído por 3 segmentos articulados, com 3 pares de patas, um par de antenas e um par de asas pouco desenvolvidas”, descreveu Teresa Carvalho.
Tudo indica que se trata de um besouro da espécie Meloe violaceus.
Espécie identificada por: João Gonçalo Soutinho, coordenador do VACALOURA.pt.
Muitos besouros parasitas, como é o caso desta espécie, pertencem à família Meloidae, explica a publicação Insectos em Ordem.
Quando chega a Primavera, as fêmeas colocam milhares de ovos no chão. As pequeninas larvas de Meloe violaceus arrastam-se então para cima de uma flor, onde aguardam pela ‘boleia’ de uma abelha solitária. Se tiverem sucesso, esta irá transportá-las para o seu ninho. Ali chegadas, comem os ovos da abelha e depois as suas reservas de alimento.
Apesar da estratégia ‘ardilosa’ a que recorrem, estes besouros parasitas são importantes indicadores sobre a saúde das populações de abelhas solitárias e de habitats ricos em flores, uma vez que dependem muito destes para se reproduzirem.
Uma das maiores ameaças é aliás a agricultura intensiva e outras alterações no uso da terra, que levam à destruição dos prados de flores silvestres, alerta a organização ambiental BugLife.
[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.
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