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Lavanda viridis, EBIO Ribeira do Torgal. Foto: Rui Félix

Um passeio nas margens da ribeira de Alportel

12.04.2017

Nesta série “Passeios de Natureza”, na Wilder, descubra agora este percurso junto à Ribeira de Alportel, em São Brás de Alportel (Algarve), pensado para que tire o máximo proveito do mundo natural. Esta é a última das três sugestões de Patrícia Garcia-Pereira, coordenadora da rede Estações da Biodiversidade, para esta Primavera.

 

A Estação da Biodiversidade (EBIO) Ribeira de Alportel, em São Brás de Alportel, é uma das sete EBIO que existem no Algarve. E é uma das melhores para visitar durante a Primavera, por causa da diversidade de insetos e plantas. Além de observar, pode registar as espécies de fauna e flora que encontrar.

A caminho do Caldeirão encontra a EBIO da Ribeira de Alportel na transição para a serra. O percurso acompanha a ribeira e passa por diversos tipos de habitats, desde vegetação ribeirinha, prados e matos típicos da região mediterrânica.

Aqui ficam quatro espécies de plantas e quatro espécies de insectos que não pode perder neste percurso.

 

Cinoglossa-de-flor-listrada (Cynoglossum creticum): as flores azuis contêm néctar muito apreciado pelas borboletas e abelhas.

Cynoglossum creticum, EBIO Ribeira de Alportel. Foto: Patricia Garcia Pereira

 

Rosmaninho-verde (Lavandula viridis): esta lavandula de flores brancas é comum nas serras algarvias pela sua preferência por substratos ácidos pedregosos, como os solos xistosos.

Lavanda viridis, EBIO Ribeira do Torgal. Foto: Rui Félix

 

Albarrã-do-perú (Scilla peruviana): espécie nativa do Mediterrâneo e Norte de África.

Scilla peruviana, EBIO São Brás de Alportel. Foto: Albano Soares

 

Orquídea-brava (Ophrys tenthredinifera): presente na região Mediterrânica, sendo comum no território português.

Ophrys tenthredinifera, EBIO Praia da Amoreira. Foto: Rui Félix

 

Escaravelho-soldado (Trichodes leucopsideus): os adultos alimentam-se dos pequenos insetos que visitam as flores. As larvas são parasitas de abelhas.

Trichodes leucopsideus. Foto: Frank Pennekamp

 

Gonfus comum (Gomphus pulchellus): talvez a primeira libélula do ano a voar no sul do país.

Gomphus pulchellus, EBIO Torgal. Foto: Rui Félix

 

Percevejo-do-solo-comum (Spilostethus pandurus): este percevejo tem umas glândulas que libertam uma substância com odor desagradável e que afasta os seus predadores.

Spilostethus pandurus, EBIO Barragem da Bravura. Foto: Frank Pennekamp

 

Ninfa-cor-de-fogo (Pyrrhosoma nymphula): libelinha muito fácil de identificar: é a única em Portugal com corpo vermelho e patas pretas.

Pyrrhosoma nymphula

 

 

[divider type=”thick”]Série “Passeios de Primavera”:

Nesta Primavera, com a ajuda de especialistas no mundo natural, a Wilder vai sugerir-lhe alguns dos melhores passeios para ver de perto o que está a acontecer na natureza.

Para começar, conheça as flores da Serra de Montejunto e das Serras de Aire e Candeeiros.

Veja as garças-vermelhas do Baixo Vouga.

Dê um passeio por entre as borboletas e orquídeas junto ao mar, no Algarve.

Percorra as margens da ribeira da Quarteira e pode ser que encontre túlipas silvestres.

Se tiver sugestões, pode enviar-nos texto e imagens para [email protected].

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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