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Sapo-corredor. Foto: Frank Vassen/WikiCommons

Junte-se ao bioblitz da Herdade da Mitra para identificar animais, plantas e fungos

04.05.2023

Esta sexta e sábado, 5 e 6 de Maio, está prevista uma maratona de ciência cidadã organizada pela Universidade de Évora, aberta a todos os interessados. Fique a conhecer algumas das espécies que poderá encontrar.

O principal objectivo deste bioblitz, que começa na sexta entre as 21h e as 24h e termina ao início da noite do dia seguinte, é registar o máximo número de espécies nos 290 hectares da Herdade da Mitra, que se situa perto de Évora. É aí que funciona actualmente um dos pólos da universidade alentejana, o MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento.

Assim, quem participar nesta acção de ciência cidadã, aberta a todas as idades, vai ser acompanhado por investigadores ligados à universidade. Estes vão ajudar com a identificação e registo dos diferentes animais, plantas e fungos que forem sendo encontrados, explica uma nota de imprensa enviada à Wilder.

Coelho. Foto: Johan Hansson / Wiki Commons

Estão previstos passeios dedicados a diferentes grupos, a começar pelas aves nocturnas, borboletas nocturnas e anfíbios e ainda pelos morcegos, na noite desta sexta. Já no dia seguinte, as actividades começam bem cedo com um passeio dedicado aos pequenos mamíferos, às 7h00.

Durante a manhã também se observarão aves florestais, plantas superiores, borboletas diurnas e formigas, répteis, e ainda líquenes e cogumelos. Depois do almoço, segue-se o registo de vestígios e observações de mamíferos carnívoros, como raposas, e de lagomorfos (coelhos e lebres), de líquenes e cogumelos, e mais uma vez de répteis, até ao início da noite.

Coruja-das-torres. Foto: Carlos Delgado/WikiCommons

Importante será ter a app da plataforma iNaturalist pronta a usar, no telemóvel, para que todas as espécies encontradas durante o bioblitz fiquem devidamente registadas no âmbito do projeto.

O que ver

“Entre os mamíferos que aqui se podem encontrar, destacam-se, pela abundância, herbívoros como o coelho-bravo e o rato-do-campo, insetívoros como o musaranho, o ouriço e os morcegos e carnívoros como a raposa, o sacarrabos, a fuinha, o texugo, a geneta, o toirão e a doninha”, descreve uma nota publicada pela universidade, sobre a biodiversidade da Herdade da Mitra.

Texugos. Foto: hrw1973/Pixabay

Entre as mais de 70 espécies de aves figuram o gaio e o chapim-real, associados à parte florestal, e a poupa, que habita as áreas mais abertas. No montado, onde predominam o sobreiro e a azinheira, também se podem encontrar “seis espécies de lagartos e lagartixas, o licranço e seis serpentes, que encontram refúgio nas manchas de mato e matagal”. Já a cleópatra, a borboleta-pequena-das-couves e a maravilha destacam-se no grupo das borboletas, principalmente nos dias de Primavera. De morcegos, conhecem-se ali quatro espécies, incluindo os morcegos-de-ferradura-grande e pequeno e o morcego-de-kuhl.

Borboleta cleópatra. Foto: gailhampshire/Wiki Commons

Quanto aos anfíbios, são mais fáceis de encontrar junto à Ribeira de Valverde, entre freixos, choupos, salgueiros e amieiros. Por ali é possível observar cerca de 13 espécies de anfíbios, incluindo o sapo-corredor e a salamandra-de-costelas-salientes, mas também répteis como as duas espécies de cágados e as duas cobras-de-água nativas de Portugal.

Quem participar nas actividades, pode ser que também se depare com lontras, ou pelo menos com os vestígios deste mamífero. As inscrições são gratuitas, aqui, e terminam já esta quinta-feira.


Saiba mais.

Pode consultar aqui os horários do bioblitz.

E para conhecer melhor a biodiversidade da Herdade da Mitra, leia a informação publicada pela Universidade de Évora, aqui. Pode também espreitar algumas espécies que foram registadas até hoje através da plataforma iNaturalist.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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