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Fotos: Nuno Antunes

Jardins Abertos: Ervas daninhas “invadem” as ruas de Lisboa

21.07.2020

As ervas daninhas são consideradas um inimigo a abater, invasoras indesejadas do espaço urbano. Mas será mesmo assim? Fernanda Botelho e Nuno Antunes ajudam a desmistificar preconceitos, numa exposição espalhada pelas ruas da capital.

 

Soagem, urtigas, borragem, trevos, ervilhaca ou aveia-bastarda. Para muitos são “ervas daninhas” de nome desconhecido, inimigas das hortas e da cidade, mas para Fernanda Botelho são algumas das plantas medicinais e de geração espontânea de que fala todos os dias, como especialista.

Neste terceiro ano do Festival Jardins Abertos, que se realiza em Lisboa e termina já no próximo domingo, dia 25, esta conhecedora do mundo das plantas silvestres juntou-se ao fotógrafo Nuno Antunes e montaram uma exposição de mupis que se vão descobrindo em passeio por Lisboa.

 

Chicória

 

A autarquia escolheu e cedeu os mupis onde ficam as fotografias. Ao todo são retratadas 15 espécies de “flora espontânea” que na pressa urbana pisamos sem dar conta, mas que agora se podem apreciar calmamente em imagens, pelo olhar de Nuno Antunes e com explicações de Fernanda Botelho.

“Não há ervas daninhas, mas sim flora espontânea”, sublinha Fernanda Botelho à Wilder. “Muitos cidadãos comuns não fazem ideia da importância destas plantas, que servem de alimento a abelhas, borboletas e outros polinizadores, e que fertilizam os solos. Muitos consideram que a solução era deitar-lhes herbicida para cima.”

 

Fernanda Botelho junto a um mupi que retrata a malva-bastarda

 

Este “trabalho monstruoso” de convencer as pessoas e as autoridades sobre a importância de conservar estas plantas desprezadas começou já há muitos anos. E recentemente teve mais uma pequena vitória, quando o grupo Sintra sem Herbicidas – de que Fernanda Botelho é uma das fundadoras – fez uma parceria com a Câmara Municipal de Sintra para a autarquia deixar de usar glifosato.

Quanto a Lisboa, até ao próximo domingo, podemos ir em busca das fotografias destas 15 ervas daninhas, aproveitando para participar num pequeno desafio lançado pela especialista em flora silvestre: quem partilhar uma fotografia no Facebook de Fernanda Botelho, junto a um dos mupis da exposição, ganha uma das agendas de que é autora. Na partilha, basta colocar #naohaervasdaninhas.

 

Borragem

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Estas são as ruas de Lisboa onde se encontram os mupis da exposição #naohaervasdaninhas:

– R. Ferreira Borges

– Av. da Liberdade

– R. Sampaio e Pina

– R. Alexandre Herculano

– R. da Palma

– R. Manuel Teixeira Gomes

– R. Morais Soares

– R. Fernão Mendes Pinto

– Pr. Alam. D. Afonso Henriques

– Av. de Roma (2)

– Pr. de Londres

– Pr. do Campo Grande

– Pr. Gen. Humberto Delgado

– Pr. de Espanha

– Av. Marechal Gomes da Costa

– Av. da Luz

– Av. Rainha D. Amélia

– Av. de Lourenço Marques

– Av. das Descobertas

– Av. da Torre de Belém

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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