Ao longo das páginas, podemos encontrar 130 insectos e 70 plantas comuns neste município da Grande Lisboa. A Wilder falou com Patrícia Garcia Pereira, ligada ao projecto, e conta-lhe tudo.
“Queremos disponibilizar informação para as pessoas passarem a identificar as espécies de insectos e registá-las”, explica Patrícia Garcia Pereira, investigadora no cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, ligado à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi com esse objectivo em mente que nasceu o “Guia de Campo de Insetos e Plantas de Oeiras”, fruto de uma parceria entre o município, o cE3c e a associação Tagis.
Este guia de campo, disponível desde Maio de 2021, funciona como uma porta de entrada para quem queira conhecer melhor o vasto mundo destes pequenos seres. A equipa responsável estima que no concelho de Oeiras exista “o dobro ou mesmo o triplo” de insectos. Para já, nos últimos dois anos, foram identificadas mais de 300 espécies.
E não faltam diferentes pontos de interesse para quem deseje começar, mesmo que viva noutros locais do país. “Neste guia conseguimos apresentar, pela primeira vez, uma variedade significativa de espécies”, indica Patrícia Garcia Pereira, que nota que ao longo dos anos esta equipa de entomólogos tem vindo a ganhar cada vez mais experiência no conhecimento dos diferentes grupos. “Começámos com as borboletas e também com as libélulas. Neste momento já temos o registo de moscas, gafanhotos, abelhas, percevejos…”, enumera.
Assim, entre as 170 espécies de insectos disponíveis no guia, é possível encontrar libélulas, gafanhotos, louva-a-deus, bichos-pau, moscas e moscas-escorpião, escaravelhos, percevejos, mariposas e borboletas diurnas, vespas e abelhas.
Duas das libélulas retratadas são espécies protegidas pela Directiva Habitats, da União Europeia, e estão também presentes na futura Lista Vermelha dos Invertebrados, que deverá ser publicada dentro de poucos meses: a libélula-esmeralda (Oxygastra curtisii) e a libelinha-de-mercúrio (Coenagrion mercuriale). “Em Portugal são relativamente comuns, mas dependem de uma boa qualidade dos cursos de água. Encontrámo-las na Ribeira das Lajes, em Oeiras, e provam que mesmo em ambiente urbano, desde que haja condições ecológicas para isso, espécies protegidas como estas podem prosperar”, nota a investigadora.
Já as 30 espécies de plantas que constam do guia foram inventariadas quando a equipa andava em busca de insectos, uma vez que o estudo daqueles é indissociável do conhecimento sobre a flora.
Novas Estações da Biodiversidade e Biospots
Este guia de campo está também ligado ao projecto das Estações da Biodiversidade (EBIO), que no concelho levou à criação de três EBIO e de Biospots em todos os parques urbanos e à entrada das praias do município. Enquanto que os Biospots dão informação sobre os insectos e a flora num determinado local, as EBIO traduzem-se em percursos com um máximo de três quilómetros que é possível percorrer, à medida que se consultam os diferentes painéis ao longo do caminho.
Agora é a sua vez.
Pode encontrar mais informação aqui sobre o novo guia e descarregá-lo em PDF. Se preferir o guia impresso, poderá enviar um email para [email protected].
Entretanto, aceite o desafio e parta “à caça” destes 13 insectos comuns no concelho de Oeiras, percorrendo alguns dos Biospots e Estações da Biodiversidade do município.
São estes os Biospots e Estações da Biodiversidade que podemos visitar:
Biospots Parque Urbano de Miraflores
Biospots Quinta Real de Caxias
Biospots Fábrica da Pólvora
Biospots Jardim Municipal e Palácio Marquês de Pombal
Biospots Parque dos Poetas
Biospots Quinta Real de Caxias
Biospots Taguspark
Biospots Vale da Terrugem
Biospots Orla Marítima (1 painel por praia): Praia Cruz-Quebrada Dafundo, Praia da Torre, Praia de Algés, Praia de Caxias, Praia de Paço de Arcos, Praia de Santo Amaro de Oeiras
EBIO Jamor
EBIO Quinta de Recreio do Marquês de Pombal
EBIO Serra de Carnaxide