PUB

Toutinegra-dos-valados (Sylvia melanocephala), umas das aves que podem ser observadas no Parque da Paz. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

Este fim-de-semana, junte-se aos cientistas à procura de animais e plantas

15.06.2021

Faltam poucos dias para a realização destes dois bioblitzes, mas ainda vai a tempo de se inscrever e acompanhar biólogos em busca da biodiversidade nos jardins do Palácio Pimenta, do Museu de Lisboa, e no Parque da Paz, na margem sul do Tejo.

Os bioblitzes são acções de ciência cidadã em que os participantes são guiados por cientistas especializados em diferentes animais e plantas, ajudando-os a identificar e a contar essas espécies.

Quem se inscrever nos bioblitzes deste fim-de-semana vai ser acompanhado por biólogos ligados ao cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência, ao Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal e à Sociedade Portuguesa de Botânica.

Importante, além de cumprir as regras ligadas à protecção contra a actual pandemia, como o uso de máscaras e álcool-gel, é levar telemóvel, que vai servir para fotografar e registar as espécies que forem observadas, com a ajuda da plataforma online BioDiversity4All.

Palácio Pimenta

O Bioblitz nos jardins do Palácio Pimenta, que se realiza já este sábado, dia 19, é organizado pelo Museu de Lisboa e pela BioDiversity4All. As portas estão abertas para adultos e crianças com mais de 8 anos, que podem escolher entre várias iniciativas ao longo do dia. A participação é gratuita mas é necessária inscrição através do email do museu ([email protected]).

Logo pela manhã, os participantes podem aprender mais sobre as aves deste espaço verde, num percurso entre as 9h00 e as 11h00 onde os pavões estarão certamente presentes. Mas também por ali já se viram trepadeiras, pombos-torcazes, rabirruivos e periquitos-de-colar, entre outras aves.

Trepadeira (Certhia brachydactyla). Foto: Jac. Janssen/Wiki Commons
Rabirruivo-preto. Foto: Jerzystrzelecki/Wiki Commons

Ainda de manhã segue-se uma “caça” aos líquenes e musgos. Depois de uma breve pausa para almoço, está previsto um passeio guiado em busca dos insectos, seguido-se as plantas e os répteis.

O dia termina já depois do pôr-do-sol, quando será possível aprender mais ao vivo sobre morcegos e depois sobre borboletas nocturnas, já noite cerrada. E quem ficar até ao final, pelas 22h30, poderá ainda saber quais são os resultados do bioblitz, incluindo as espécies mais observadas.

Este é o segundo bioblitz que se realiza no Palácio Pimenta. No primeiro, que aconteceu em Setembro passado e abarcou a área exterior em redor do museu, registaram-se 81 espécies. Entre as mais observadas estiveram os pavões, mas também espécies botânicas como o espinheiro-da-Virgínia e a ameixoeira-de-jardim e ainda líquenes e fungos, como a Xanthoria parietina, a parmélia-verde e a galinha-do-bosque.

Fungo galinha-do-bosque (Laetiporus sulphureus). Foto: Gargoyle888/Wiki Commons

Parque da Paz

No domingo, dia 20, é a vez do bioblitz no Parque da Paz, o maior parque urbano do concelho de Almada, numa acção organizada em parceria pelo município e pela BioDiversity4All, com a colaboração da associação Vita Nativa.

Esta vai ser a quarta edição e arranca logo com um percurso em busca das aves, entre as 9h00 e as 11h00, seguidas das borboletas, libélulas e outros insectos e dos répteis e anfíbios. Depois do almoço, será a vez dos líquenes, mais tarde da flora e vegetação e ao final da tarde dos mamíferos. O dia encerra com a identificação das espécies de morcegos no parque, também com a ajuda de especialistas.

No último bioblitz realizado no Parque da Paz, em Maio de 2019, registaram-se 155 espécies no total, com destaque para as aves. Melro, pombo-torcaz, milheirinha, toutinegra-dos-valados, pato-real e andorinha-dos-beirais foram as espécies mais observadas.

Milheirinha. Foto: Charles J. Sharp / Wiki Commons

Mas também por ali se viram por exemplo o ouriço-cacheiro, a rã-verde, o besouro-capuchinho, a libélula imperador-azul e a cobra-rateira, entre muitos outros animais.

Cenoura-brava (Daucus carota). Foto: Marek Kluszczyński/Wiki Commons

Plátano, funcho, cipreste-do-Arizona, luzerna, bole-bole e cenoura-brava foram algumas das plantas observadas no parque urbano de Almada há dois anos, que também deverão estar visíveis este domingo. Tal como no Palácio Pimenta, os resultados são conhecidos no final do dia, pelas 22h00. Está ainda prevista a entrega de prémios a quem contribuir com mais observações ou registar mais espécies.

A inscrição é gratuita, mas devido à pandemia cada acção vai estar limitada a 20 participantes.


Saiba mais.

Para mais informações sobre o Bioblitz nos jardins do Palácio Pimenta, pode ver aqui. E as inscrições e mais dados sobre o Bioblitz no Parque da Paz estão disponíveis nesta página.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

Don't Miss