Banner

Cinco patos para procurar neste Inverno

27.01.2017

Estas são cinco espécies de patos que não pode deixar de ver neste Inverno, escolhidas por Gonçalo Elias, do portal Aves de Portugal, e pintadas pela ilustradora Inês Lira. Aproveite porque esta será a melhor época do ano para observar patos. Os machos ostentam a sua plumagem nupcial para conquistar as fêmeas, enchendo lagoas, estuários e albufeiras do país com as suas cores garridas.

 

Por estes dias frios de Inverno, os patos machos terão as cores de reprodução a trabalhar em seu favor. É preciso conquistar as fêmeas e formar casais nos seus territórios de Inverno. As suas cores garridas vão desde o avermelhado ao amarelo, passando pelo verde e azul. Nenhum esforço é poupado para impressionar. A sua plumagem nupcial vai durar até ao final da Primavera, altura em que começa a dar lugar à plumagem de eclipse. Então, os machos serão quase idênticos às fêmeas.

Vamos, então, aproveitar para observar este espectáculo de Inverno. Segundo Gonçalo Elias, os melhores locais para visitar são a Quinta do Lago (Loulé), Castro Marim, a Lagoa de Santo André (Santiago do Cacém), a Lagoa de Albufeira (Sesimbra), a pateira de São Jacinto (Aveiro) e o Paul do Taipal (Montemor-o-Velho).

E agora, as cinco espécies a não perder, da mais pequena para a maior:

(E já agora, participe no esforço de monitorização das aves que ocorrem em Portugal submetendo as espécies que vir na plataforma de registos eBird Portugal).

Marrequinha-comum (Anas crecca):

 

A marrequinha-comum tem um comprimento entre os 34 e os 38 centímetros, com uma envergadura de asa entre os 53 e os 59 centímetros. O macho reprodutor distingue-se facilmente por causa da cabeça castanha com faixas laterais verdes e da listra branca lateral ao longo do corpo cinzento. Tem um voo ágil e rápido. Segundo o portal Aves de Portugal, este é um dos nossos patos mais abundantes e por vezes junta-se em bandos de centenas de indivíduos.

 

Negrinha (Aythya fuligula): 

 

A negrinha tem um comprimento entre 40 e 47 centímetros e uma envergadura de asa entre os 65 e os 72 centímetros. Procure a sua plumagem negra, flancos brancos muito bem definidos e na cabeça uma crista longa e descaída para trás. Os olhos são amarelos. Está de visita a Portugal entre Outubro e Março mas outrora já foi um visitante mais comum. Segundo o Aves de Portugal, este pato parece ser actualmente bastante raro e irregular no nosso país. A pateira de São Jacinto é um dos melhores locais para o procurar.

 

Pato-trombeteiro (Anas clypeata)

 

Este é um pato de dimensão média a grande, com um comprimento de 44 a 52 centímetros e uma envergadura de asa entre os 73 e os 82 centímetros. Uma das suas características principais é o bico longo e largo. Durante a época de reprodução, procure a cabeça verde (ao longe pode parecer muito mais escura), o peito branco e os flancos castanhos. Segundo o Aves de Portugal, esta é uma das espécies de patos mais comuns no nosso país durante a época de Invernada, de Agosto a Abril.

 

Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina):

 

O pato-de-bico-vermelho é relativamente grande, com um comprimento entre os 53 e os 57 centímetros e uma envergadura de asa entre os 85 e os 90 centímetros. Uma boa dica para identificar os machos nesta altura do ano é a cabeça grande e arredondada de tons alaranjados, o bico de um vermelho intenso e um peito preto. Procure-o em lagoas e albufeiras que tenham margens com bastante vegetação.

 

Arrabio (Anas acuta):

 

Esta espécie tem um tamanho muito parecido ao do pato-real, com os seus 51 a 62 centímetros de comprimento e envergadura de asa entre os 79 e os 87 centímetros. Distingue-se, sobretudo, por ser esguio e elegante, com asas longas e cauda afilada. O macho reprodutor tem a cabeça e parte superior do pescoço castanhas e o peito branco. Pode procurá-lo a partir de Outubro, especialmente na região Sul do país.

 

[divider type=”thick”]

Siga o trabalho da ilustradora Inês Lira no Facebook e no Instagram.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

Don't Miss