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Um grupo de pessoas espreita para o horizonte com binóculos e telescópios
Observação de aves no Festival de Sagres. Foto: SPEA

Anunciadas as datas do Festival de observação de aves de Sagres 2018

27.06.2018

A nona edição do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza regressa a Sagres de 4 a 7 de Outubro, com cerca de 200 actividades de descoberta do mundo natural, revelou a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).

 

Estes quatro dias de festival dedicado à natureza traz um programa feito para que os visitantes possam apreciar o espectáculo único que é a migração de milhares de aves que se dirigem para África para passar o Inverno.

“Sagres localiza-se no extremo sudoeste de Portugal (e da Europa) e por isso é um local de convergência de aves migratórias”, explicou anteriormente à Wilder Joana Domingues, da Spea que organiza este Festival em parceria com a Câmara Municipal de Vila do Bispo e com a associação Almargem.

Este ano, o cartaz do festival tem a águia-perdigueira (Aquila fasciata) – também conhecida por águia-de-bonelli – em destaque.

 

Águia-perdigueira. Foto: Francesco Veronesi/Wiki Commons

 

Esta é uma águia classificada como Em Perigo no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, “tendo sido contabilizados 116 a 123 casais reprodutores em 2011”, escreve a Spea em comunicado. “Após um declínio acentuado nos anos 80, a espécie apresenta atualmente uma evolução positiva, associada à sua contínua expansão no sul do país.”

A águia-perdigueira é também a Ave do Ano 2018 da Spea e uma das espécies-alvo do projeto Life Rupis, um projeto transfronteiriço entre Portugal e Espanha, na área do Douro Internacional.

Mas nem só de aves vive este Festival que, no ano passado, recebeu cerca de 2.130 pessoas. Haverá actividades de arqueologia, geologia, história, flora e mamíferos marinhos, por exemplo. Durante o Festival, as espécies mais observadas de cetáceos costumam ser o golfinho-comum (Delphinus delphis), o golfinho-roaz (Tursiops truncatus), o boto (Phocoena phocoena) e a baleia-anã (Balaenoptera acutorostrata).

E é um evento para todas as idades. “Tal como nas últimas edições, o festival incluirá também atividades dirigidas aos mais novos.”

O programa será apresentado em 1 de Agosto, altura em que abrirão também as inscrições.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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