Anilhar aves, observar golfinhos, procurar fósseis, escutar a migração nocturna das aves e descobrir plantas, libélulas, libelinhas, anfíbios e répteis, tudo em Sagres, de 4 a 7 de Outubro.
Para quem gosta de natureza, o início de Outubro é um momento entusiasmante. Milhares de aves estão em plena migração, sendo uma das melhores alturas do ano para as apreciar.
Sagres, no extremo sudoeste de Portugal, é um local de convergência de aves migratórias. E de observadores de aves. No ano passado, cerca de 2.130 pessoas – de 22 países europeus mas também de outros pontos do mundo como a Guiana, Nova Zelândia, China, Filipinas, Colômbia, México e África do Sul – estiveram na oitava edição do Festival, onde foram contadas um total de 169 espécies de aves, de 4 a 8 de Outubro.
De 4 a 7 de Outubro, a 9ª edição do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza propõe cerca de 200 actividades para não perder este momento especial. Ali estarão reunidas 12 empresas de animação turística, 11 guias em nome individual e 17 entidades, desde autarquias a empresas e organizações não governamentais.
As inscrições abriram a 1 de Agosto. E convém uma inscrição prévia porque há actividades que esgotam rapidamente, em especial “as saídas para observação de aves e as visitas guiadas por especialistas”, explicou hoje à Wilder Joana Domingues, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea). “Normalmente, esgotam aquelas actividades que dão uma oportunidade para irmos ver aves com pessoas conhecidas no meio”, acrescentou.
Tal será o caso de Magnus Robb, ornitólogo britânico que, no dia 5 de Outubro, às 18h00, vai falar no Auditório da Fortaleza de Sagres sobre a migração nocturna das aves e os seus chamamentos. “A migração das aves é um fenómeno maioritariamente noturno”, sendo por isso quase sempre invisível aos nossos olhos. “No entanto, utilizando equipamento de gravação de som, é possível detetar algumas espécies que produzem chamamentos, sendo frequente terem-se grandes surpresas”, segundo o site do Festival. “Observam-se, por exemplo, galeirões e galinhas d’ água em áreas bastante distantes de zonas húmidas, negrolas são detetadas a atravessar grandes extensões de terra e sombrias ocorrem em números muito mais elevados do que as suas observações diurnas sugerem.”
Depois, a partir das 19h15, haverá observação noturna da migração na Fortaleza de Sagres, através do som e de um radar. “Se as condições forem favoráveis é possível ouvir piscos, tordos, papa-moscas ou talvez uma sombria tardia, bem como limícolas e garças”.
Outro tipo de actividades que fazem a preferência dos visitantes são as sessões de anilhagem. Neste Festival haverá anilhagem nos dias 4, 5 e 6, sempre duas vezes ao dia (das 07h30 às 10h30 e das 16h30 às 19h30), com os especialistas Kau, António Marques e Carlos Pacheco.
Além de saídas para observar aves haverá também mini-cursos – como os de ilustração científica de natureza, sobre aves de rapina e sobre anfíbios e répteis do Sudoeste Algarvio -, sessões de monitorização de aves migradoras, palestras e saídas de barco para ver aves marinhas e cetáceos.
As crianças têm uma programação especial. Os mais novos terão oportunidade de construir máscaras de aves, ouvir o conto das Berlengas, descobrir fósseis, serem biólogos marinhos, jogar ao Jogo da Glória das Berlengas e construir binóculos e cadernos de campo com a equipa do Life Rupis, projecto que está a ajudar a proteger o britango e a águia-perdigueira (esta espécie foi a escolhida para ser o destaque do cartaz do Festival) nas Arribas do Douro.
O festival é organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, Associação Almargem e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Pode inscrever-se aqui e aceder aqui ao programa completo do Festival.