O urso-pardo (Ursus arctos) continua a mostrar sinais de recuperação nos Pirinéus com, pelo menos, 96 indivíduos registados em 2024. Destes, 22 nasceram na primavera passada, revelou agora a Fundação Urso Pardo.
No censo referente a 2024, os ursos dos Pirinéus ocupavam uma área de 7.200 quilómetros quadrados, mais 100 quilómetros quadrados do que em 2023 e mais 1.500 quilómetros quadrados do que em 2022.
No ano passado foram detectadas 13 ninhadas com 22 crias, avança aquela Fundação, que cita os dados recolhidos pelo Grupo de Seguimiento Transfronterizo del Oso en los Pirineos (GSTOP) – que integra representantes das administrações de França, Andorra, Catalunha, La Val d’Aran, Aragão e Navarra.
Além disso, em 2024 foram localizados sete ursos que não tinham sido detectados em 2023; assim, o censo mínimo desse ano foi rectificado e ascende agora a 90 ursos para toda a cadeia pirenaica.
Durante o censo de 2024 foi relocalizado Neré, um urso-pardo macho com 28 anos de idade e que “está a fazer história para a conservação desta espécie”.
Neré nasceu no inverno de 1997, num momento decisivo para o futuro do urso-pardo nos Pirinéus, como parte dos primeiros esforços para a sua recuperação. A sua mãe, Ziva, foi translocada desde a Eslovénia até aos Pirinéus, já gestante de Neré.
Em 2024, este urso-pardo macho voltou a ser pai, e também avô, “reafirmando o seu papel crucial na conservação e no fortalecimento genético da população pirenaica”.
Em Espanha, o urso-pardo é considerado Em Perigo de extinção desde 1989 e os seus números estão atualmente a recuperar, depois de um longo processo de declínio que durou até aos finais do século XX e levou a espécie quase ao desaparecimento. Existem hoje ursos nas Astúrias, na Cantábria, numa pequena parte da Galiza (Lugo), em duas províncias de Leão e Castela e ainda nos Pirenéus.