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um urso-pardo numa floresta
Urso-pardo. Foto: Per Harald Olsen/Wiki Commons

Roménia duplica número de ursos que podem ser abatidos

16.07.2024

O Governo da Roménia aprovou uma legislação que duplica o número de ursos que podem ser abatidos anualmente para controlar a sua população e evitar ataques a pessoas.

A legislação foi aprovada numa sessão parlamentar convocada de emergência depois de um caminhante de 19 anos ter morrido na semana passada, vítima de um ataque de um urso num trilho popular nas montanhas dos Cárpatos, na região Centro do país.

A Roménia alberga cerca de 8.000 ursos-pardos, a maior população da Europa fora da Rússia. O país tem quotas anuais para controlar o número de ursos e para remover os animais que se acostumaram a entrar nas cidades à procura de alimento.

Em 2023, a quota era de 220 ursos por ano. Mas na segunda-feira, esse valor subiu para 481 por ano.

Com centenas de observações de ursos por ano, as autoridades romenas tentam manter moradores e turistas seguros nas zonas de montanha. É cada vez mais habitual ver-se ursos à procura de comida nos caixotes do lixo das povoações.

Peritos em vida selvagem dizem que os animais vão continuar a procurar alimento nas cidades porque as zonas urbanas continuam a crescer e a reduzir os seus habitats. Além disso, as alterações climáticas estão a limitar a quantidade de alimento que têm disponível. E há pessoas que os alimentam.

“Infelizmente, ninguém sabe exactamente quantos ursos vivem na Roménia nem quantos animais o habitat consegue suportar”, comentou a Foundation Conservation Carpathia, um grupo conservacionista.

Esta organização sublinha que “o número de problemas com ursos e os estragos que causam variam todos os anos e isso não é directamente proporcional ao aumento da densidade de ursos”.

A Fundação defende que as soluções têm de incluir medidas de prevenção, como vedações eléctricas, melhor gestão dos resíduos e acções de educação e sensibilização para moradores e turistas.


Descubra aqui sete curiosidades sobre o urso-pardo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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