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Espanhóis pedem plano de acção para travar declínio da rola-brava

30.12.2015

O número de rolas-bravas (Streptopelia turtur) na Europa registou uma queda de 70% entre 1980 e 2014. A Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birdlife) anunciou que vai pedir, em 2016, um plano de acção para travar o declínio da espécie no país.

 

Desde 1996, ano em que Espanha começou a fazer censos à rola-brava, a espécie registou um declínio de 30%. “Este declínio tornou a espécie, que costumava ser muito comum nas paisagens agrícolas e florestais da Península, numa raridade em algumas zonas de Espanha”, escreve a organização num comunicado divulgado ontem.

Em 2016, a SEO/Birdlife vai reforçar a sua aposta na conservação da espécie, nomeadamente com a organização das primeiras jornadas em Espanha sobre a sua conservação, reunindo todos os sectores implicados. Daqui deverá sair um plano de acção para travar o declínio.

Além disso, a organização já anunciou que vai recorrer da decisão do Governo espanhol que recusou incluir a rola-brava como Espécie Vulnerável no Livro Vermelho Espanhol de Espécies Ameaçadas, com a justificação de que esta é “uma espécie cinegética”.

De momento, as Canárias aceitaram implementar uma moratória de cinco anos à caça à rola-brava, apresentada pela SEO/Birdlife. A Cantábria e as Astúrias não autorizam a caça a esta espécie. Mas, actualmente a pressão cinegética sobre a ave tem um impacto significativo: chega-se a ultrapassar um milhão de exemplares caçados por ano.

A situação desta ave – reconhecida em Novembro pela União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) – deve-se principalmente à destruição e alteração dos seus habitats, por causa da intensificação e abandono dos terrenos agrícolas.

Em Portugal, a situação desta espécie é semelhante. Segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea), “entre 2004 e 2010 as populações nacionais da espécie registaram uma diminuição média de 31%”. Pelo menos desde 2004, a rola-brava está em decréscimo acentuado, de acordo com o Censo de Aves Comuns.  Em 2012 foi escolhida como a Ave do Ano.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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