Um chacal-dourado (Canis aureus) vivo terá sido captado em vídeo pela primeira vez na Península Ibérica, na zona montanhosa entre Álava e Burgos, no País Basco. Em Janeiro tinha sido encontrado um animal atropelado em Álava.
Em causa estão imagens do possível primeiro chacal-dourado avistado com vida na Península Ibérica, captadas por câmaras de foto-armadilhagem instaladas pelo grupo do Voluntariado Nacional Censo Lobo Ibérico no País Basco, no âmbito dos trabalhos para o censo do lobo em Espanha.
A notícia foi revelada esta terça-feira por este grupo de peritos que estuda o lobo-ibérico.
Já em Janeiro deste ano foi encontrado um chacal-dourado em Álava mas morto depois de ter sido atropelado. Em Março, provas de ADN certificaram que se tratava de um animal da espécie Canis aureus.
Agora, as câmaras captaram um animal vivo que o Projecto Lobo considera ser um chacal-dourado. Por ser um animal selvagem, em liberdade, não foram feitas análises de ADN.
“A espécie que aparece no vídeo e em imagens é muito compatível com chacal-dourado”, comentou ao jornal El Mundo Ángel M. Sánchez, coordenador do projecto Voluntariado Nacional espanhol para Censo do Lobo Ibérico.
“Acreditamos que o registo e a identificação são fiáveis, tendo em conta os antecedentes em Álava. Vê-se claramente que é um indivíduo que, por mímica corporal, está bem adaptado ao território, a postura da sua cauda indica dominância e pelos seus movimentos e comportamento podemos ver que se trata de um animal selvagem”, acrescentou este investigador da Universidade de Alcalá de Henares.
O chacal-dourado é um carnívoro de tamanho médio espalhado pelo Sul da Eurásia e Norte de África. Depois de um declínio na década de 1960, a espécie conseguiu recuperar, recolonizar a sua área de distribuição anterior e ainda expandir-se a novas regiões da Europa.
“Apesar de estar presente no Sul Oriental da Europa há alguns milhares de anos, nas últimas décadas tem tido uma expansão rápida, primeiro para a Europa Central rumo ao Norte, até ao Báltico e Escandinávia e depois, nos últimos anos, para Sul, pela península Itálica até Roma. Está estabelecido no sul de França e recentemente foi detetado o primeiro exemplar na Península Ibérica“, escreveu Daniel Veríssimo na Wilder este mês.