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Espanha: chacal-dourado terá sido captado em vídeo pela primeira vez na Península Ibérica

23.06.2023
Chacal-dourado. Foto: Dhaval Vargiya/WikiCommons

Um chacal-dourado (Canis aureus) vivo terá sido captado em vídeo pela primeira vez na Península Ibérica, na zona montanhosa entre Álava e Burgos, no País Basco. Em Janeiro tinha sido encontrado um animal atropelado em Álava.

Em causa estão imagens do possível primeiro chacal-dourado avistado com vida na Península Ibérica, captadas por câmaras de foto-armadilhagem instaladas pelo grupo do Voluntariado Nacional Censo Lobo Ibérico no País Basco, no âmbito dos trabalhos para o censo do lobo em Espanha.

A notícia foi revelada esta terça-feira por este grupo de peritos que estuda o lobo-ibérico.

Já em Janeiro deste ano foi encontrado um chacal-dourado em Álava mas morto depois de ter sido atropelado. Em Março, provas de ADN certificaram que se tratava de um animal da espécie Canis aureus.

Agora, as câmaras captaram um animal vivo que o Projecto Lobo considera ser um chacal-dourado. Por ser um animal selvagem, em liberdade, não foram feitas análises de ADN.

“A espécie que aparece no vídeo e em imagens é muito compatível com chacal-dourado”, comentou ao jornal El Mundo Ángel M. Sánchez, coordenador do projecto Voluntariado Nacional espanhol para Censo do Lobo Ibérico.

“Acreditamos que o registo e a identificação são fiáveis, tendo em conta os antecedentes em Álava. Vê-se claramente que é um indivíduo que, por mímica corporal, está bem adaptado ao território, a postura da sua cauda indica dominância e pelos seus movimentos e comportamento podemos ver que se trata de um animal selvagem”, acrescentou este investigador da Universidade de Alcalá de Henares.

O chacal-dourado é um carnívoro de tamanho médio espalhado pelo Sul da Eurásia e Norte de África. Depois de um declínio na década de 1960, a espécie conseguiu recuperar, recolonizar a sua área de distribuição anterior e ainda expandir-se a novas regiões da Europa.

“Apesar de estar presente no Sul Oriental da Europa há alguns milhares de anos, nas últimas décadas tem tido uma expansão rápida, primeiro para a Europa Central rumo ao Norte, até ao Báltico e Escandinávia e depois, nos últimos anos, para Sul, pela península Itálica até Roma. Está estabelecido no sul de França e recentemente foi detetado o primeiro exemplar na Península Ibérica“, escreveu Daniel Veríssimo na Wilder este mês.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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