Jacinto-galego. Foto: joaoserafim/Biodiversity4All

Novo projecto quer restaurar os zimbrais das dunas costeiras portuguesas

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O Zimbral for LIFE iniciou-se em Outubro e vai trabalhar para melhorar o estado de conservação destes habitats, onde dominam a sabina-da-praia e o zimbro-galego.

Tanto a sabina-da-praia (Juniperus turbinata subsp. turbinata) como o zimbro-galego (Juniperus navicularis) são também chamados de zimbro e pertencem ao género Juniperus. O zimbro-galego é um endemismo ibérico, pois só pode ser encontrado em Portugal e Espanha.

Em território nacional, os zimbrais encontram-se em várias zonas de matagais litorais e dunares espalhados pela costa atlântica, “formando comunidades arbustivas que são cada vez mais raras e ameaçadas”, explica em comunicado a Universidade de Évora, que lidera este novo projecto através do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento.

Nos dias de hoje, podem ver-se zimbrais por exemplo a sul da Figueira da Foz, em Peniche, Sintra, Tróia e na Costa Vicentina. “Esta vegetação, além do seu elevado valor intrínseco, por ser uma espécie endémica com um elevado valor de conservação, constitui ainda o habitat de alimentação, refúgio e reprodução da entomofauna (insetos), avifauna, herpetofauna (répteis e anfíbios) e fauna vertebrada terrestre associada às dunas.”

Durante os próximos seis anos, a equipa vai trabalhar para diminuir os impactos das ameaças a este tipo de habitat, classificado como prioritário a nível europeu. Em causa estão ameaças como as alterações ao uso do solo provocadas pela pressão urbanística e turística sobre as dunas (construções, aterros e abertura de estradas), o despejo de lixos e o aumento de plantas invasoras como as acácias e o chorão-das-praias.

Obter mais informação que permita aumentar o conhecimento sobre a biologia e ecologia destes zimbros, testar e avaliar práticas de gestão e também melhorar a estrutura e função dos zimbrais são outros dos objectivos do projecto, tal como aumentar a área de ocorrência e desenhar um Plano Nacional de Conservação para este habitat. 

Para já, estão definidas áreas de intervenção para acções concretas de conservação e restauro de zimbrais em três zonas especiais de conservação (ZEC): Comporta/Galé, Costa Sudoeste e Ria Formosa/Castro Marim. As ZEC são sítios designados ao abrigo da directiva europeia Habitats, ligados à Rede Natura 2000.

Além do MED, o Zimbral for LIFE conta com outros quatro parceiros: a Associação de Desenvolvimento da Natureza e Ambiente – Rewilding Sudoeste (RWSW); a FloraData, que é uma empresa de consultoria especializada em biodiversidade, ecologia, ambiente e recursos naturais; o espanhol Centro de Investigação Científica e Tecnológica da Extremadura; e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.


Saiba mais.

Recorde esta proposta de passeio do investigador Sergio Chozas e descubra as plantas fascinantes da Duna de Montalvo, junto a Alcácer do Sal, onde pode encontrar o zimbro-galego e muitas outras espécies botânicas.

E descubra uma pequena árvore do grupo dos zimbros que também podemos encontrar em Portugal, o zimbro-bravo (Juniperus oxycedrus subsp. oxycedrus).

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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