Este fim de semana decorre a 5ª edição do Bioblitz Flora de Portugal, uma forma de celebrar o Dia Internacional do Fascínio das Plantas, a 18 de Maio. Perito defende mais divulgação da importância, beleza e incrível diversidade do mundo das plantas.
O fascínio pelas plantas silvestres em Portugal é um movimento que ainda tem muito para crescer.
“Embora a consciência geral sobre a importância da biodiversidade seja ainda muito limitada, o conhecimento acerca da diversidade vegetal é ainda mais reduzido”, notou à Wilder Sergio Chozas, especialista da Sociedade Portuguesa de Botânica e um dos coordenadores da 5ª edição do Bioblitz Flora de Portugal (16 a 18 de Maio).
Segundo este responsável, “as plantas têm sido, tradicionalmente, esquecidas”.
“No entanto, partindo do princípio de que esta realidade persiste, o importante é trabalhar na divulgação da importância, da beleza e da incrível diversidade do mundo vegetal, especialmente no caso de Portugal que, apesar da sua pequena dimensão, alberga um número excepcionalmente elevado de espécies de plantas, tanto a nível ibérico como europeu.”
Para Sergio Chozas “é fundamental chamar a atenção da sociedade para a importância das plantas, não só para nós, mas também para todas as outras espécies que dependem diretamente delas”.
Dias como o Dia Internacional do Fascínio das Plantas “são uma recordação para botânicos e ecólogos de que devemos partilhar o nosso fascínio pelas plantas com todos, de forma a garantirmos um futuro tanto para elas como para nós”.
E Sergio Chozas diz-se fascinado pelo mundo vegetal. “As plantas desempenham um papel fundamental nos ecossistemas, fornecem habitat, abrigo, oxigénio e alimento, inclusive a nós, seres humanos. Mas aquilo que mais gosto nas plantas é a sua beleza, diversidade e capacidade de adaptação. Existem plantas e flores de todas as cores e tamanhos, desde as minúsculas lentilhas-de-água até às imponentes sequoias. Conseguem também crescer nas condições mais diversas e adversas: no topo das montanhas, perto dos pólos, nos desertos mais extremos mas também submersas!”
Segundo Sergio Chozas, “há inúmeras formas de cultivar este fascínio pelas plantas” entre todos.
“Talvez o primeiro passo seja reconhecer a sua omnipresença no nosso dia a dia. Todos consumimos frutas e legumes diariamente, e quase todos temos plantas em casa, no local de trabalho, na escola ou noutros espaços do nosso dia a dia. Encontramo-las nos canteiros, ao longo dos passeios, a crescer entre as fendas do asfalto ou nas pedras da calçada portuguesa. Naturalmente, têm um papel central nos parques e jardins das nossas cidades.”
“Esta presença torna-se especialmente evidente na primavera, quando as cores e os aromas das flores dão às plantas um protagonismo especial. Mas, ao longo do ano, também podemos observar como mudam: os frutos que surgem no verão, as folhas que ganham novas tonalidades no outono e, por fim, a sua queda no inverno.”
E deixa um desafio. “Afinal, que melhor forma de cultivar o fascínio pelas plantas do que passear na natureza e refletir sobre o papel fundamental que desempenham nas florestas, nos montados, nos prados e nas dunas?”