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Novo projecto pede ajuda a cidadãos espanhóis para seguirem tartarugas marinhas

22.08.2022
Tartaruga-comum. Foto: Funfood/Wiki Commons

O novo projecto “Tortugas Marinas” pede a qualquer pessoa para enviar informação e imagens de avistamentos de tartarugas para ajudar a colmatar a falta de conhecimento sobre onde estão, como se reproduzem e quais as maiores ameaças.

Das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo, seis podem ser vistas em Espanha. Mas apenas duas são detectadas com frequência em águas espanholas, a tartaruga-comum (Caretta caretta) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).

Das espécies menos comuns quase não há informação. Por isso, “a colaboração cidadã cumpre um papel fundamental na obtenção de dados que sirvam para conhecer a sua distribuição, reprodução e ameaças, para melhorar a sua conservação”, segundo a Estação Biológica de Doñana (EBD-CSIC), em comunicado.

Para facilitar a compilação dos avistamentos, a plataforma de ciência cidadã marinha Observadores del Mar lançou agora um novo projecto, “Tortugas Marinas“.

Nos últimos anos tem-se detectado um aumento na quantidade de ninhos de tartarugas nas praias espanholas. Esse aumento salienta “a importância de comunicar com os cidadãos, para lhes explicar como agir se encontrarem um ninho e como garantir a sua segurança”.

“As tartarugas marinhas estão a chegar com mais frequência às nossas águas, a sua diversidade está a aumentar e a sua nidação nas nossas praias começa a ser uma realidade”, comentou Adolfo Marco, responsável da equipa científica do projecto e investigador da EBD-CSIC.

“Esta iniciativa pode ser decisiva para melhorar a informação sobre elas e a nossa capacidade para as proteger melhor”, acrescentou.

Com este novo projecto, a equipa convida as pessoas a reportarem os avistamentos de tartarugas sãs ou feridas e a presença de ninhos nas praias. Qualquer pessoa pode enviar uma imagem ou informação sobre tartarugas marinhas avistadas no mar ou na praia. Além disso, acrescenta o comunicado, é muito importante comunicar ao 112 o avistamento de algum rasto de crias na praia ou de uma fêmea a tentar desovar para aplicar medidas de protecção.

No site dos Observadores del Mar, as pessoas podem aceder ainda a um manual de identificação de espécies de tartarugas marinhas e outros recursos para saber como agir quando se encontrar com estes animais.

Centralizar esta informação “é essencial para conceber melhores estratégias de protecção e resgate”.

Neste projecto colaboram a Plataforma Española de Tortugas Marinas, a EBD-CSIC e vários peritos de todas as comunidades autónomas espanholas costeiras.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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