O leitor Paulo Rodrigues pediu para saber a que espécie pertence o ninho que fotografou em Benfica, no dia 15 de Abril. Albano Soares responde.
“Apareceu no meu alpendre um casulo que eu desconheço e peço-vos ajuda para a sua identificação”, explicou Paulo Rodrigues, numa mensagem enviada à Wilder.
Trata-se de um ninho primário de vespa-asiática (Vespa velutina).
Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
O ninho primário é o primeiro ninho que é construído pela vespa-rainha quando esta sai da hibernação, o que costuma acontecer quando o tempo começa a ficar mais ameno, entre Fevereiro e Março. É neste ninho que a rainha coloca os primeiros ovos e cria as primeiras obreiras, que tratarão mais tarde da construção do ninho secundário.
Poucos dias mais tarde Paulo Rodrigues contactou as autoridades, seguindo os conselhos do que devemos fazer se encontrarmos uma vespa asiática, e conseguiu entretanto tirar uma fotografia da vespa-rainha, que tinha permanecido por vários dias dentro do ninho. Até então só tinha vislumbrado esta vespa uma vez, ainda sem certezas sobre a espécie, e tinha reparado que era “de cor escura e maior que as vespas comuns”, “comprida e esguia e toda preta”.
“Reportei o problema […] e os senhores foram bastante rápidos, acabaram agora de sair daqui com o ninho e a abelha, que se confirmou que era a Asiática”, informou entretanto o leitor.
Segundo Albano Soares, os ninhos com este formato são ninhos primários do género Vespa, sendo que em Portugal ocorrem apenas duas espécies deste grupo: a vespa-europeia, também conhecida por vespa-crabro, e a vespa-asiática, espécie de vespa invasora “que é mais escura” do que a outra.
Recorde porque é importante distinguir entre estas duas vespas, de forma a não atacar a vespa-europeia. Nativa de Portugal e de outros países europeus, esta espécie “desempenha um reconhecido papel como controlador das populações de outros insetos”, explica Albano Soares.
Saiba mais.
A reprodução das vespas-asiáticas é um processo que ocupa uma boa parte do ano, explica Maria João Verdasca, num artigo já publicado na Wilder. Esta investigadora está a estudar a vespa-asiática em Portugal.
Agora é a sua vez.
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