Uma vez por mês, faça uma caminhada pela praia e contribua para o aumento da informação sobre as principais causas dos arrojamentos e as ameaças ao ecossistema marinho, apela a SPEA.
O objectivo desta nova iniciativa de monitorização costeira aberta a todos os interessados, lançada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), é aumentar a informação que já existe sobre as aves marinhas que morrem perto da costa.
“Que espécies são mais afetadas? Quais as principais causas dos arrojamentos? Se conhecermos as ameaças e as espécies que estão a ser prejudicadas, sabemos para onde devemos dirigir os nossos esforços de conservação”, explica Elisabete Silva, coordenadora desta monitorização.
Aos voluntários, pede-se que percorram a pé mensalmente (ou nos meses requeridos de acordo com a zona da costa) um percurso pré-definido, registando informação e tirando fotografias de aves e outros animais marinhos que encontrarem. “Os transectos devem ser realizados durante a descida da maré, mas na linha de maré alta”, explica a SPEA.
- Nazaré: Praia da Nazaré – Praia de S. Pedro Moel (19 km) (Janeiro, Abril, Julho, Outubro)
- Figueira-da-Foz: Praia da Murtinheira – Tocha (16 km) e Tocha – Mira (12 km) (Fevereiro, Maio, Agosto, Novembro)
- Aveiro: Praia do Areão- Praia da Barra (14 km) e Início da praia de S. Jacinto – Torreira (13 km) (Março, Junho, Setembro, Dezembro)
- Peniche: Praia da Gamboa – Baleal norte (5km) e Praia da Almagreira (2km) (uma vez por mês)
- Faro: ilha Deserta (uma vez por mês)
“Qualquer pessoa pode colaborar desde que goste de caminhar na praia e que tenha vontade de contribuir para um melhor conhecimento das ameaças ao ecossistema marinho”, nota Elisabete Silva. Por outro lado, é possível combinar-se para fazer apenas uma parte do percurso e em dias diferentes, acrescenta esta técnica de conservação marinha, para quem isso já será “uma valiosa ajuda”.
“O importante é fotografar as características diagnosticantes das aves: bico, patas, asas abertas, colocar uma escala para termos noção do tamanho, etc.”
Muitos dos dados que foram recolhidos desde 2011 correspondem à costa de Peniche, uma vez que estiveram ligados ao projecto LIFE Berlengas (2014-2018); mais recentemente, a SPEA iniciou também inspecções em Faro, Aveiro, Figueira da Foz e Nazaré, devido ao início de outros projetos nesses locais, explica a técnica de conservação marinha.
Agora é a sua vez.
Leia aqui mais sobre o que é necessário e como participar.
E mesmo que não colabore como voluntário, se encontrar uma ave ou outro animal morto na praia, pode partilhar essa informação através desta ficha.
Conte as Aves que Contam Consigo
A série Conte as Aves que Contam Consigo insere-se no projeto “Ciência Cidadã – envolver voluntários na monitorização das populações de aves”, dinamizado pela SPEA em parceria com a Wilder – Rewilding your days e o Norwegian Institute for Nature Research (NINA) e financiado pelo Programa Cidadãos Ativos/Active Citizens Fund (EEAGrants), um fundo constituído por recursos públicos da Islândia, Liechtenstein e Noruega e gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian, em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto.