Hugo Marques tem estado a seguir atentamente a vida de um casal de poupas que fez ninho no telhado de casa dos pais, em Pontes, concelho de Setúbal.
Depois de assistir ao longo de várias semanas ao vai-vem dos dois progenitores, na busca constante de insectos e de outros invertebrados para alimentarem as crias, Hugo percebeu no último domingo, dia 10 de Abril, que quatro jovens poupas já tinham deixado o ninho.
“Acabou por acontecer hoje de manhã. As crias já saíram do ninho. Contei quatro crias já bem desenvolvidas e ‘empenadas'”, contou Hugo Marques, numa mensagem enviada à Wilder.
Segundo o “Handbook of the Birds of the World” (“Manual das Aves do Mundo”), as poupas costumam ser monogâmicas, formando pares com um só parceiro, mas esses laços limitam-se aos meses de nidificação. Os casais usam também o mesmo local para fazer o ninho de ano para ano.
No Sul e Centro da Europa as posturas acontecem desde meados de Fevereiro a Maio e é apenas a fêmea que cuida dos ovos, até que as crias nascem passados 15 a 18 dias. Enquanto se desenvolvem vão sendo alimentadas, primeiro pelo macho e nas últimas semanas pelos dois progenitores. Passados 25 a 30 dias, saem finalmente do ninho.
Nessa altura têm já o mesmo peso e uma aparência muito semelhante à dos pais, mas vão continuar a ser alimentadas pelos progenitores durante alguns dias. E ainda se vão manter nas redondezas por várias semanas.
“Não tive oportunidade de conseguir “apanhar” todas as crias juntas, pelo que consegui apenas algumas fotos de uma delas já no chão aqui pertinho em busca de alimento”, explicou Hugo Marques.
Certo é que os residentes naquela área poderão beneficiar com estas aves recém-chegadas. As poupas alimentam-se de muitos insectos e invertebrados, e até mesmo de pequenos répteis. São conhecidas como importantes no controlo de pragas, incluindo a da processionária-do-pinheiro.
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